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terça-feira, 31 de maio de 2011

OSKLEN



Trabalho realizado pela equipe: Flávia, Eduardo, Stênio, Ricardo, Christian e Uendell (MKT 17 - FGV)

HISTÓRIA DA OSKLEN

A marca OSKLEN é a mistura dos nomes Oskar (Leonardo, seu irmão) e Milene (uma antiga namorada). A história da OSKLEN teve início em 1986, quando, aos 25 anos de idade, o médico Oskar Metsavaht desenvolveu artesanalmente o primeiro casaco, testado em uma expedição ao monte Aconcágua, nos Andes, realizando pesquisas sobre o condicionamento físico de atletas àquelas condições climáticas. Primeiro brasileiro a escalar o Mont Blanc naquele mesmo ano, Oskar aproveita para divulgar o seu trabalho de pesquisa em medicina do esporte e os seus casacos junto aos amigos.
Foi assim que, em dezembro de 1989, inaugurou a primeira loja OSKLEN no balneário turístico de Búzios, investindo US$ 7 mil. Embora parecesse um erro vender roupas para neve em uma cidade praiana, o público que freqüentava os hotéis de Búzios era o mesmo que visitava países frios. Essa foi a oportunidade percebida pelo fundador para vender seus casacos de neve. Além dos casacos, para incrementar o mix de produtos da loja, passou a vender mochilas, camisetas e bermudas.
De lá para cá a grife cresceu muito, porém manteve sempre seu estilo inovador, fazendo um contraponto entre a natureza e o moderno, o orgânico e o tecnológico. Ao longo da década de 90 foram vários os eventos esportivos e expedições em que Oskar participou ou promoveu, sempre tirando proveito desses eventos para divulgar a marca. Além do snowboarding, a marca ampliou as coleções com produtos para surf, trekking, skate, etc., além da linha fashion - tudo sempre com muita pesquisa em design e tecnologia têxtil. O diferencial das peças está nos acabamentos especiais e nas séries limitadas que conferem exclusividade à grife.
Há cerca de dez anos a OSKLEN foi reposicionada no mercado como uma marca global. Apesar de precisar adaptar alguns produtos por conta da cultura local dos mercados estrangeiros, como por exemplo, fabricar calças com pernas menores para os japoneses, a entrada da marca em outros países não precisou passar por nenhuma grande mudança. Nos últimos anos a OSKLEN vem investindo no mercado internacional, diferentemente do Brasil, onde é mais conhecida por vender uma moda de surfe, “lifestyle”, no exterior tem se posicionado como uma grife de luxo, com clientes do jet set internacional.
Atualmente, a OSKLEN tem 53 lojas no Brasil, quatro lojas em Portugal, duas lojas em Milão e Nova York, uma em Tóquio, Roma, além de showroom em Nova York, Los Angeles, Athenas, Milão e de exportar para Japão, Chile e Oriente Médio. A marca também vende seus produtos através de 300 lojas multimarcas.


OSCAR METSAVAHT


Um gaúcho nascido em Caxias do Sul, numa família de médicos que tinha por hobby a prática de esportes radicais e viagens de aventura, um homem que faz ioga na praia, defende o meio ambiente, surfa no Taiti, esquia nos Alpes e se locomove a maior parte do tempo de lambreta ou skate. O fundador da empresa OSKLEN é um criador multidisciplinar que transita entre áreas como a moda, o audiovisual, o design de mobiliário, ações sócio-ambientais e expedições.
Sua principal atividade é a direção de estilo e criação da grife OSKLEN, onde revela uma visão original do estilo de vida brasileiro contemporâneo, sofisticado e despojado ao mesmo tempo. Com seu atelier no Rio de Janeiro e um estúdio de design em Milão, Oskar divide seu tempo entre viagens à Europa, Nova Iorque e Tóquio, expedições na floresta Amazônica em busca de novos materiais voltados para o desenvolvimento sustentável e o surfe em Ipanema no Rio de Janeiro.
Seu estilo de vida conectado ao urbano, à natureza, às artes e aos esportes, unidos à sua constante necessidade de experimentação, o levaram a desenvolver também projetos para diversos projetos brasileiros e internacionais, como a coleção de relógios para a joalheria H.Stern, intitulada Sfera Arpoador, comercializada no Brasil e no mundo.
Desenvolve também o projeto e-fabrics que, em parceria com empresas, instituições e centros de pesquisa, identificam tecidos e materiais desenvolvidos a partir de critérios sócio-ambientais. Freqüentemente é convidado para participar como orador sobre o novo luxo em conferências mundiais, como o Milano Fashion Summit e o Ethical Fashion Paris.

LINHA DO TEMPO

1999 - Lançamento da primeira coleção feminina da marca.
2002 - Desenvolvimento da Coleção e-brigade, composta por peças confeccionadas em tecidos reciclados, trazendo estampas que difundiam pontos importantes da luta mundial pela defesa do meio ambiente;
2004 - Lançamento da coleção de verão Golden Spirit, que celebrava toda a nobreza dos esportes aquáticos como o surfe, a natação, o nado sincronizado e o salto olímpico.
2005 - Desenvolvimento da Coleção Vento, que continha inclusive um perfume, utilizado como aromatizante nas lojas da rede. Lançamento da coleção de inverno Austral, onde o tema era a Patagônia.
2006 - Desenvolvimento da Coleção Neo Tropical, com peças que destacavam o exuberante clima de nosso país, através de estampas de palmeiras, aves como o tucano ou imitando a orla da praia de Ipanema.
2008 - Lançamento da coleção United Kingdom of Ipanema, que tinha como fonte de inspiração a beleza, nobreza e sensualidade natural da praia mais famosa do mundo.
2009 - Lançamento da coleção de inverno chamada Rising. O moletom era o carro-chefe da linha, mas cedeu espaço à lã, ao náilon, ao couro vegetal e ao couro de peixe, oriundo da pele de salmão e da tilápia. Lançamento da mochila Skate, cheia de estilo e moderna, confeccionada em couro e desenvolvida especialmente para carregar skates.
2010 - Lançamento da coleção de verão Oceans, uma coleção baseados no azul dos mares

DADOS CORPORATIVOS


Origem: Brasil
Fundação: 1o de dezembro de 1989
Fundador: Oskar Metsavath
Sede mundial: Rio de Janeiro, Brasil
Proprietário da marca: Osklen Group
Capital aberto: Não
CEO: Luís Justo
Diretor de criação: Oskar Metsavath
Faturamento: R$ 280 milhões (estimado)
Lucro: Não divulgado
Lojas: + 70
Presença global: 20 países
Presença no Brasil: Sim
Funcionários: 650
Segmento: Moda
Principais produtos: Calças, camisetas, bermudas, blusas, vestidos e casacos
Slogan: Brazilian Soul.
Website: www.osklen.com

FORMATO DE VAREJO

As características da OSKLEN se encaixam no formato de varejo do tipo Lojas Tradicionais Especializadas, pois contém variedade pequena e grande sortimento de produtos, alto nível de serviço, preço alto, tamanho de loja que varia entre 30 a 1.000 m² e aproximadamente 5 mil itens de SKUs (stock keeping unit) para gerenciar (comprar, armazenar, vender e controlar).
A OSKLEN fabrica a maior parte do vestuário e acessórios que comercializa. As peças compõem o guarda roupa de mulheres, crianças ( acima de 8 anos) e principalmente homens. Alguns produtos chegam a surpreender os consumidores mais desavisados como prancha de surf, skate street, barraca de praia, aroma, chapéus, carteiras e viseira, etc.
A OSKLEN oferece ao cliente uma gama de serviços, destacando-se no atendimento especializado. Os vendedores são jovens universitários que, além de conhecer a história da marca, são treinados para converter a maioria do atendimento em vendas.
Compras acima de 200 reais podem ser parceladas no cartão de crédito em até 2 vezes o que amplia as oportunidades de faturamento da empresa. As linhas de roupa tem um preço elevado, mas não impossíveis de serem adquiridas. Existem opções de t-shirts por 98 reais e calças jeans por 189 reais (preço básico); enfim, uma variedade de preços que podem seduzir tanto os clientes das classes A e B quanto os da C. É claro que tudo vai depender do estilo e desejo de cada um em adquirir o produto. Sabemos que há consumidores que fazem “sacrifícios” financeiros para realizar um sonho. Tudo pela auto-gratificação.
Em relação ao tipo de propriedade, a OSKLEN pode ser classificada como rede corporativa, pois é constituída por lojas pertencentes a uma única empresa, ficando todas sob a mesma direção. Já no varejo eletrônico, a OSKLEN possui um site (osklen.net) prático e fácil de manusear, onde os consumidores podem fazer suas compras tranquilamente. Para se cadastrar são necessárias duas etapas: pré-cadastro, realizado em uma das lojas participantes do Programa Osklen.net – Neo Community, através do caixa da loja. Cadastro, realizado no website www.osklen.net, através do preenchimento de seus dados cadastrais. Depois do cadastro on-line, você irá receber um e-mail confirmando a sua inscrição no programa. A cada compra você acumula pontos, que eles chamam de SEEDS. É importante salientar que somente na apresentação do número de seu CPF para o caixa, as seeds poderão ser associadas à sua compra e devidamente computadas. Cada dois reais em produtos ou serviços adquiridos, e efetivamente pagos, valem uma SEED. Regularmente, produtos, promoções, serviços e vantagens lhe serão oferecidos. Você escolhe o que mais lhe agrada e solicita o resgate do seu prêmio. As seeds são debitadas da sua conta e o produto liberado na loja selecionada. O resgate será feito em uma das lojas participantes do programa. O prazo para o recebimento dos produtos adquiridos através da nossa loja virtual é de 5 (cinco) dias úteis a contar somente a partir do 1º dia útil seguinte à confirmação do pagamento. Formas de Pagamento: nos cartões Amex, Dinner, Master e Visa e boleto bancário (em uma única parcela, independentemente do valor da compra).


Cartão de crédito
Em duas (2) vezes para compras acima de R$ 200,00
Em três (3) vezes para compras acima de R$ 300,00
Em quatro (4) vezes para compras acima de R$ 400,00 *
Em cinco (5) vezes para compras acima de R$ 500,00 *
Em seis (6) vezes para compras acima de R$ 600,00 **
* Somente Visa e Amex
** Somente Visa
No caso de pagamento em cheque, as compras são sempre associadas ao CPF do TITULAR do cheque, e as seeds automaticamente creditadas nesse mesmo CPF.

COMPOSTO DE VAREJO – Marketing MIX

PRODUTO

Osklen é uma marca de lifestyle desenvolvida em Ipanema, Rio de Janeiro, Brasil. Ela tem como objetivo ir muito além do que vender simplesmente roupas e acessórios: ela vende um estilo de vida.
Segmentação - Posicionada entre as marcas Premium, as de sportwear e as ecobrands, marca é considerada como casual chic por misturar urbano e natureza, global e local, orgânico e tecnológico com sofisticação.
Produz além dos casacos de frio que originaram a grife, outros itens do vestuário esportivo, como bermudas e camisetas, além de uma grande variedade de acessórios.

PREÇO

Os produtos vendidos na Osklen, por serem direcionados a um público classe “A”, além de estarem associados a um segmento de mercado “premium” são extremamente elevados em relação aos seus pares no mercado.
A estratégia da marca direciona ao consumidor ter uma percepção elevada de valor e o remete a associá-la ao este estilo de vida diferenciado.
Está claro que, na sua estratégia de precificação de seus produtos a Osklen deseja reforçar esta diferenciação.

O público-alvo da marca claramente percebe este valor e está disposto a pagar por tal.

PESSOAS

Os funcionários da Osklen recebem um treinamento diferenciado. Antes disso, a seleção destes funcionários tem como pré-requisitos que estes tenham a ver com o espírito da marca: Sejam jovens, casuais, antenados e informados com a moda a qual venderão e principalmente apaixonados pelo que fazem.
Periodicamente são convocados a serem reciclados, principalmente nos lançamentos sazonais da marca, a fim de passarem o espírito da coleção atual.
São comprometidos e totalmente envolvidos emocionalmente com a empresa. Passam muito a paixão e a emoção.
Em relação ao contato com o cliente, são discretos, educados, gentis e falam com propriedade sobre o que está sendo vendido.

PROMOÇÃO (Comunicação)

Promoção Institucional - É um dos pontos mais fortes e desenvolvidos com maestria pelo proprietário e fundador da marca o gaúcho Oskar Metsavaht. Desde a inauguração ao primeiro desfile, ele imprimiu a marca um conceito de aventura com sofisticação.
Paralelamente a desfiles realizados, Metsavaht começou a patrocinar e apoiar diversos projetos esportivos, expedições a todos os cantos do mundo e iniciativas na área ambiental e social. Afirmava, assim, o discurso recorrente de que muito além de vender roupas, queria transmitir uma filosofia de vida de equilíbrio e harmonia com o meio ambiente.
Vale destacar a parceria com a Organização Não-Governamental Esplar, que apóia 147 famílias do sertão do Ceará a plantarem algodão orgânico. A produção é toda comprada pela Osklen e usada para confeccionar tecidos que não usam processo químico no tingimento.
Outro projeto ambiental lançado há dois anos é o e-brigade, de comunicação multimídia visando à educação ambiental. Foram criadas roupas em tecidos reciclados, com estampas que destacam pontos fundamentais do movimento ecológico, como a Carta da Terra e o Protocolo de Kyoto.
A Osklen também desenvolveu um projeto na área das artes. Em 2001, convidado pela Andy Warhol Foundation e Coca-Cola Company, Metsavaht fez uma releitura de obras de Andy Warhol, adotando os mesmos conceitos de suas roupas e inserindo alguns elementos brasileiros. As obras estão no acervo de Andy Warhol Foundation, em Nova York.
Na edição de janeiro de 2004 do São Paulo Fashion Week, marcando a terceira participação da marca no evento e a comemoração os 450 anos da metrópole paulistana, um desfile ecologicamente correto propôs o uso do skate como veículo oficial da cidade.


APRESENTAÇÃO


Considerando a apresentação como um ponto-chave para o relacionamento entre empresa e cliente, além da comunicação entre ambos, nota-se que a Osklen tenta adequar suas lojas, em termos de apresentação, a um padrão, o que facilita na determinação de uma “identidade”. Há interesse em transparecer o perfeito equilíbrio das peças oferecidas não apenas nas vitrines, mas também dentro das lojas.
A sua disposição proporciona conforto e tranquilidade, por meio de atributos como a limpeza, o aroma, a arrumação e outros mais.


PRAÇA


A Osklen busca sempre estar localizada nos melhores pontos da cidade, especificamente em shopping centers de luxo, diferenciados.
Dentro destes centros, nota-se que a empresa busca localizar-se perto de outras marcas de renome, e também próximo às escadas rolantes, onde há um maior fluxo de potenciais clientes, evitando cantos isolados, onde não há muito movimento de pessoas.

APRESENTAÇÃO FÍSICA DA LOJA E VISUAL MERCHANDISING


Apresentação da loja

A loja inspira moda, arte, cultura, design e meio ambiente. Possui estilo inovador, fazendo um contraponto entre a natureza e o moderno, o orgânico e o tecnológico. Possui na decoração pequenos detalhes, como móveis de madeira de demolição, revistas nacionais e internacionais, quadros, que subjetivamente, contam a historia da ultima coleção.

Experiência de Consumo

Os profissionais da loja se vestem e se comportam com a ``alma`` da osklen. Foram treinados para contar a historia da marca e da coleção atual. Agregam valor ao produto e a marca. Não se fixam em preço, se mostraram confiantes e seguros quanto ao valor do produto e, acreditam no que vendem. A abordagem é gentil e solicita, mas dá o espaço necessário para o cliente “experimentar” a loja. A loja é harmônica, proporcionando ao cliente uma sensação de bem estar e acolhimento.

Visual Merchandising

Existe um perfeito equilíbrio das cores, formas, luz, som e cheiro. O aroma é especifico e muito marcante, invade o corredor do shopping. É amadeirado e suave, remete a natureza, gerando sensação de bem estar. A música ambiente, que mistura funk, soul e blues casa perfeitamente com o estilo da marca. Sofisticado, atual, irreverente e com atitude. A iluminação é feita com luz amarela, e com maior foco para as roupas. Deixa o local agradável e intimista. Após algum tempo na loja a sensação é de tranqüilidade. E, essa é a filosofia do criador, Oskar Metsavaht, equilíbrio mental e espiritual.
A entrada da loja é livre, porém, existe uma barreira invisível. Parece bastante sofisticado e calmo para quem olha de fora. Pode gerar certo receio para consumidores que não conhecem a marca.
A disposição das peças é de fácil acesso. Existem vários pequenos “mundos” de coordenados. O que facilita o manuseio do cliente e tira a monotonia de um equipamento repleto de roupas. Nesses pequenos espaços tem-se o chamado cross-merchandising, acessórios e calçados para completarem o look do consumidor Osklen. E, uma prancha de surf para informar, silenciosamente, que aquele espaço existem produtos disponíveis para surfistas.
O espaço entre os equipamentos é adequado, dando a sensação de liberdade para caminhar e observar. A parede, que separa as mercadorias do feminino e masculino, dá privacidade aos clientes.
Os equipamentos são todos de madeira, remetendo a sensação de acolhimento. E, a matéria prima e cores dos produtos parecem se encaixar nos tons da madeira. As peças não se sobressaem a loja. Mesmo as peças, de cor vermelha, por exemplo, sofrem tratamento especial e são opacas, criando harmonia entre todos os componentes da loja.

ESTRATÉGIA DE VAREJO

Onde a empresa está?
A Osklen conta hoje com 52 lojas no Brasil e 6 no exterior (Estados Unidos, Itália e Japão). Em seis localidades possui flagship stores: Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Roma e Tóquio. Está presente por meio de showrooms próprios e terceirizados nas cidades de Atenas, Lisboa, Nova York, Milão e São Paulo. Nos países França, Grécia, Portugal, Espanha, Itália, Austrália e Chile possui distribuidores autorizados a revender para lojas multimarcas. Além disso, a empresa também opera com vendas on-line no site próprio da marca.
A Osklen Fortaleza está localizada no Shopping Iguatemi, um dos maiores centros comerciais do Estado, e localizada próximo às escadas rolantes, no seu entorno há marcas de força. Nas proximidades, também, há cinemas e elevadores, além do principal acesso ao estacionamento com manobrista do shopping, o que aumenta ainda mais o fluxo de potenciais consumidores que transitam em frente à loja.

Objetivos e Estratégi
a

Para relacionarmos as ações estratégicas de comunicação, podemos citar a veiculação de anúncios em importantes revistas nacionais e internacionais de moda; o trabalho com assessoria de imprensa afim de estreitar cada vez mais o relacionamento com os veículos e a geração de mídia espontânea; relações públicas, com o objetivo de divulgar a marca entre formadores de opinião, gerando firmes laços com artistas e apresentadores de TV influentes nacional e internacionalmente. A Osklen possui um plano estratégico baseado na visão de futuro de seu criador, centrado nas seguintes metas:
Ampliar estrategicamente seus negócios sem perder de vista os valores da marca;
Manter taxas anuais de crescimento que não comprometam a lucratividade do negócio;
“Encantar” o cliente com seu estilo, qualidade, design e serviços, com foco na responsabilidade social e na consciência ecológica;
Desenvolver projetos que reforcem, junto ao cliente, sua filosofia de trabalho e, ao mesmo tempo, possibilitem a geração de receitas não operacionais;
Expandir e consolidar a imagem da Osklen no Brasil e no exterior, expandindo seu market share como uma autêntica “tropical chic lifestyle brand”, mixando moda com esporte e aventura; ecologia e responsabilidade social; vida urbana e natureza; mente e corpo;
Abrir novos canais de distribuição e/ou otimizar os já existentes;
Manter um constante debate interno sobre linhas, composição de mix e desenvolvimento de produtos;
Otimizar as ações de marketing e comunicação apoiadoras dessas metas organizacionais.


Posicionamento


A osklen posiciona-se entre as marcas Premium, as de sportwear e as ecobrands, mas de forma diferente do luxo tradicional, que é baseado na ostentação e na exclusividade como forma de status social. O conceito da Osklen envolve a ideia de lifestyle de balneário, baseado na interação com a natureza e a prática de esportes. O lado ecológico e a sustentabilidade são conceitos sempre presentes na marca.
A missão, a visão e os valores declarados da empresa são:
.:Missão da Osklen: “Encantar nossos clientes com nossos produtos, serviços e atendimento, sem esquecer nossos compromissos
socioambiental.
.:Visão da Osklen: Através do nosso estilo, criatividade e autenticidade, tornarmo-nos uma marca global, original do Rio de Janeiro.
.:Valores da Osklen: Criatividade | equilíbrio | sofisticação | despojamento | qualidade apuro técnico | contemporaneidade | sustentabilidade.


Diferenciação


As principais características da Osklen são:
A Inspiração no dinamismo das grandes cidades e na exuberância da natureza brasileira; a perfeita relação entre o sofisticado e o despojado; a representação do lifestyle do homem e da mulher contemporâneos. Uma marca casual chic com design inovador.

Vantagem competitiva

A Osklen não possui concorrentes diretos no segmento lifestyle, ou pelos menos, é assim que a propria marca se considera, e atribui a esse fato um dos seus principais diferenciais competitivos. Contudo, há diversos concorrentes indiretos que focam no mesmo
Nicho de mercado e segmento de seus produtos. Entre esses, podemos citar inclusive
concorrentes internacionais, como as marcas esportivas: Nike, Puma, Adidas,
Diesel; marcas para surfistas: QuickSilver, Billabong; e marcas de alta costura: Marc Jacobs, Prada, Dior, Dolce&Gabbanna.

PROMOÇÃO DE VENDAS NO VAREJO

De acordo com os conceitos sobre promoção de vendas, podemos afirmar que a OSKLEN realiza a promoção da companhia com um todo. Observamos uma série de estímulos positivos ao consumo. E, isso se torna um diferencial percebido por todos. É fácil observar o elo criado entre a alma da empresa e seus colaboradores.
De acordo com estudos 65% das decisões de compras são tomadas no ponto de venda, 45 % dos cliente são influenciados por estímulos no ponto de venda e relatos de que consumidores compram de 15 – 20% a mais quando as lojas são estimulantes. Pois, bem, a OSKLEN faz o “dever de casa” completo para cada uma das situações citadas acima realizando uma excelente promoção de vendas.
Sobre campanhas de vendas, promoções normais e qualquer outro gênero de promoção de vendas, não identificamos nada que nos remetesse à isso, em nossa visita à loja da OSKLEN no shopping Iguatemi.
Entretanto, podemos observar alguns detalhes que são típicos de promoções, e estão muito bem posicionados nesta loja:
- Ambiente estimulante à compra;
- Sound branding, smell branding;
- Equipe de colaboradores bem treinada, estimulada e focada na missão e objetivos da companhia.
- Posicionamento objetivo frente ao principal concorrente (RICHARDS);
- Flexibilidade dos colaboradores aos diversos tipo de clientes e adaptação ao estilo regional sem nenhuma perca de identidade carioca da marca.


INDICADORES DE DESEMPENHO


Ticket-count, tíquete-médio, itens por venda, taxa de conversão e fidelização
O ticket-médio que observamos na OSKLEN é aproximadamente R$ 300,00
Não conseguimos a informação sobre demais os indicadores de desempenho da OSKLEN. Mas, segundo os colaboradores existe um elevado índice de fidelização entre os consumidores da loja. Alguns sempre renovam suas peças a cada lançamento de coleção, buscam por novidades periodicamente e quando não conseguem ter acesso as lojas compram através da loja virtual.
Em um movimento paralelo, mas buscando fidelização claramente, existe um movimento da empresa chamado de neo community onde ações voltada ao meio ambiente, jornalismos, moda e atualidades sobre a marca são publicados e os consumidores podem manter mais um ponto de contato com sua marca, além do ato de consumir produtos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

PROJETO CRIADO PELOS PŔOPRIOS ALUNOS DA HB

EEF Honório Bezerra
Professor/Orientador: José Eduardo Pinheiro Girão
Alunos:

Gisely Spinosa
Pedro Lucas
Rízia Freitas
Yatagan Rocha
Kimberly Cristina
Pedro Vinícius
Venâncio dos Santos
André Pacielo
José Ivens

Por Prof. Eduardo Girão

Primeiro de tudo, como professor do Lei, achei a experiência interessantíssima e surpreendente. Nunca imaginei que os próprios alunos, sob minha orientação, pudessem colaborar de uma forma tão significativa para um possível projeto escolar. Trabalho nesta escola de ensino fundamental, onde a maioria dos estudantes tem entre 12 e 15 anos. São jovens que vivem no Bairro Ellery, local onde a escola se localiza. Percebi que são meninos e meninas que precisam ser ouvidos, porque tem muitas ideias que muitas vezes não conseguem colocar em prática. Eles estão ligados ao mundo digital através das redes de relacionamento e tem consciência de seus direitos.
Para a escolha dos participantes, fui nas salas de aula e convidei os alunos mais falantes - aqueles que gostam de dar opinião sobre tudo, principalmente durante as aulas realizadas no Laboratório de Informática. É importante deixar claro que os que se expressam melhor nem sempre são os que tiram melhores notas.
Convidei cerca de 15 alunos, de séries diferentes (8 e 9 Ano) para participarem da atividade. Dez alunos compareceram a reunião sem saber ao certo que seria proposto. Então, pedi que cada um falasse um pouco das dúvidas que tinha sobre qualquer assunto e que gostaria de esclarecer um dia. Eles apontaram várias questões: Por que a pessoa tem espinha?; Por que somos diferentes um do outro?; Qual o propósito do ser humano na Terra?; Por que nasce cabelo nas pessoas?; Por que existe preconceito?; Por que não falamos o mesmo idioma?; Porque existe bullying?; Por que não vivemos para sempre?
Depois desse início, percebi que os temas ligados ao comportamento humano e ao sobrenatural interessavam muito ao grupo. Mas resolvi fazer uma votação entre eles para saber qual desses assuntos eles gostariam de pesquisar/aprender mais, conhecer em profundidade. Os temas Por que existe preconceito e Por que não vivemos para sempre receberam a maioria dos votos. Para desempatar, os alunos decidiram pelo primeiro assunto porque, segundo os próprios, “faz parte do nosso cotidiano escolar”.
Depois desse começo bem sucedido, segui o roteiro proposto na atividade do curso Elaboração de Projetos (ambiente Eproinfo), explicando apenas o que significava cada item. O mais surpreendente é que os adolescentes não tiveram dificuldade para exemplificar nem de dar opinião em nenhum dos momentos. As certezas e incertezas eram muitas, mas em todas as ocasiões demonstraram estar à favor de ações ou atitudes que levassem ao fim do preconceito. Percebi que alguns são membros de igrejas evangélicas, o que caracteriza o interesse sobre a questão religiosa.
Quando perguntei sobre as disciplinas envolvidas, eles falaram o que prefeririam estudar e o que gostariam que os professores trouxessem para as discussões. Mais uma vez,surpreendi-me com o resultado. Exemplo: em ciências, eles gostariam de saber se existe um gene para o preconceito. É uma doença? Há cura? Em história, geografia, português, continuaram com o mesmo raciocínio lógico compreendendo os objetivos de cada uma das matérias e como poderiam ser úteis para a resolução da questão problema.
Os jovens também foram diretos em relação aos objetivos gerais e específicos. Ajudei-os apenas em alguns momentos, tentando esclarecer as diferenças entre justificativa, metodologia, etc.
No item avaliação, todos foram unânimes em dizer que a nota deveria ser individual e que os professores levassem em consideração o trabalho de cada um, porque se sentem injustiçados quando fazem trabalho em equipe e os colegas que não ajudam recebem a mesma pontuação.
A definição do título do projeto foi dado pelo aluno chamado José Ivens. Nem sei se condiz com a proposta, porque talvez preconceito não seja uma doença e sim um comportamento doentio. Mas todos aceitaram o nome Preconceito, Uma Doença Mundial e votaram para que ele fosse o escolhido.
Pareceu-me que esses jovens desejam conscientizar a comunidade escolar sobre o bullying, preconceito, discriminação. Talvez alguns deles tenham vivenciado tal situação. O mais interessante é que essa geração parece estar mais disposta a não aceitar esse tipo de violência. Eles justificaram o projeto dizendo que é pouco discutido na escola e pela TV. Esse seria um bom momento para prestarmos atenção ao que eles sentem. Escutá-los mais é fundamental. Também não vi dificuldade deles em dar opinião, colaborar com a questão. (Segue abaixo o projeto escrito pelos alunos)


Questão Norteadora: Por que existe Preconceito?


1. Definição do Tema:

O preconceito é um tema atual, de interesse coletivo, envolve muitas áreas do conhecimento e gera muitas discussões e curiosidades. Está presente no dia a dia da escola através do bullying e da sociedade por meio de gestos racistas, entre outras atitudes.

2. Brainstorm:

a) Certezas Provisórias

-Existe porque nem todo mundo é igual
-Parece que é proibido ser diferente
-A bíblia influencia a sociedade a ser preconceituosa
-Deus deu o livre arbítrio aos homens para serem diferentes
-Existe por causa da cor da pele, opção sexual, religião, machismo, homossexualidade, estilo de vida, maneira de se vestir (Emo, Gótico), etc
-As pessoas não aceitam o que não conhecem
-Os homens discriminam as mulheres no volante, no trabalho, etc.
-Falta diálogo

b) Incertezas Provisórias

-É hereditário
-Existe uma cura para o preconceito
-É sinônimo de Inveja (despeita)
-Depende do dinheiro (Classe Social)
-Cultural (muda de pais, estado)
-A religião contribui
-Se a gente fosse igual existiria preconceito?
-As pessoas agem com preconceito para se mostrar, chamar a atenção
-Maneira de falar, de se comportar aumenta o preconceito
-É crime perante a Lei
-Leva à morte (suicídio)

3. Disciplinas Envolvidas e Conteúdos

Cidadania
A professora poderia trazer pessoas para falar sobre o preconceito contra negros, homossexuais, pessoas que sofrem bullying, etc. Os alunos poderiam dar testemunho de casos assim. Deveria existir um debate acerca do tema mostrando respeito para com todos.

Religião
Por que existem vários preconceitos religiosos? A professora poderia trazer reportagens sobre os conflitos existentes no mundo todo e ajudar a esclarecer dúvidas em relação a passagens bíblicas sobre o tema. Os alunos podem também trazer perguntas para procurar na internet.

Arte
Fazer desenhos que mostrem o que é o preconceito através de cartazes, teatro, frases, figuras. A professora também poderia apresentar um filme (“bem legal!”) sobre o assunto.

História
Entender o passado, a origem do preconceito, pesquisar por que há tantas guerras no mundo, relatar e debater fatos históricos como o Nazismo (o sofrimento do povo Judeu).

Geografia
Localização dos conflitos armados por território (exemplo: índios na amazônia). É por causa do preconceito da cor, raça?

Ciências
Existe um gene do preconceito? Como a ciência explicaria o preconceito que existe no mundo.

Português
Produção de textos sobre o assunto para criação de um folder (distribuídos entre os alunos) e estudo sobre as gírias existentes

Informática
Publicação do material pesquisado, busca de informação, exibição de vídeos, filmes, uso do data show, divulgação, suporte, entre outros recursos

4. Definição dos Objetivos Gerais


Conscientizar a comunidade escolar sobre o preconceito para que passe a ter uma opinião diferente em relação ao assunto.

5. Definição dos Objetivos Específicos

-Diminuir o preconceito na escola através da informação;
-Mostrar como as vítimas de preconceito sofrem e as conseqüências na vida delas;
-Divulgar as diversas formas de preconceito, onde começa e como pode terminar;
-Aprender como se proteger do preconceito. Como evitá-lo;
-Encontrar sugestões o fim do preconceito.

6. Justificativa

A escolha do tema se deve a uma necessidade dos jovens de discutir e refletir (segundo eles) mais sobre as experiências negativas que eles vivenciam no cotidiano da escola ou que já presenciaram em algum momento da vida. Para eles, o preconceito ainda é pouco discutido no ambiente escolar. O projeto poderia diminuir o bullying entre os alunos.

7. Metodologia


Os professores e alunos trariam textos de jornais e revistas sobre o assunto para serem debatidos durante as aulas. Os alunos fariam pesquisas para depois divulgarem entre os colegas de classe. Os educadores convidariam profissionais como psicólogos, pastores, entre outros, para falar sobre o tema. Poderia ser realizada na escola a semana da conscientização sobre o preconceito – igual como há a Semana Cultural e Pedagógica. Os participantes confeccionariam cartazes e folders que seriam colados e distribuídos. Também fariam questionários para saber a opinião dos estudantes acerca do assunto. Ensaiariam uma peça de teatro mostrando diversas formas de preconceito. Os estudantes fariam pesquisas na internet, assistiriam a vídeos no youtube e baixariam músicas que falam de racismo para ser tocada na rádio.

8. Atividades

-Confecção de Cartazes
-Criação de Textos
-Pesquisa na Internet e na Biblioteca
-Exposição do Material Coletado
-Realização de um Questionário
-Criação de um folder
-Exibição de Vídeos e Filmes
-Debates com profissionais e vítimas
-Leitura de textos
-Teatro
-Postagem no blog da escola

9. Avaliação e disseminação

Todos os participantes seriam avaliados pelos colegas de classe, professores e núcleo gestor através de uma enquete (Excelente, Ótimo, Bom, Regular e Ruim). A avaliação levaria em conta o comportamento do aluno, a qualidade dos trabalhos e o desempenho individual. Todo o material pesquisado seria postado no blog e informado na rádio da escola. O material também seria disseminado no orkut, facebook, skype e twitter.

10. Definição do Título do Projeto

Preconceito, Uma doença Mundial

segunda-feira, 2 de maio de 2011

LIXO QUE SE TRANFORMA EM ARTE


LOCAL: EEF HONÓRIO BEZERRA
SÉRIE: 8º ANO
ÁREAS DO CONHECIMENTO: ARTE, CIÊNCIAS E GEOGRAFIA
TÍTULO DO PROJETO: LIXO QUE SE TRANSFORMA EM ARTE
CARACTERÍSCITAS DO PROJETO: INTERDISCIPLINAR


Por Eduardo Girão

Introdução
A ideia de transformar lixo em arte começou quando os alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental da Escola Honório Bezerra assistiram ao documentário Lixo Extraordinário (Brasil/Inglaterra – 2009), produzido pelos diretores brasileiros João Jardim e Karen Harley e pela diretora britânica Lucy Walker com participação na produção-executiva do diretor Fernando Meirelles. O filme relata o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz – um dos mais famosos da atualidade - com catadores de material reciclável em um dos maiores aterros sanitários do mundo, localizado no Jardim Gramacho, bairro periférico de Duque de Caxias, Rio de Janeiro.
Os alunos ficaram impressionados com vários aspectos do documentário, principalmente as histórias de vida dos catadores e a transformação do lixo reciclável em obra de arte. Fizeram perguntas do tipo: Por que o lixo é prejudicial ao meio ambiente? Se há alguma relação entre as catástrofes ambientais com o aumento do lixo nas grandes cidades? O que a sociedade pode fazer para minimizar o problema da poluição? Entre outras perguntas, relacionaram o consumo desenfreado ao aquecimento global e ficaram encantados com a equipe de Vik Muniz que transformou objetos descartáveis em telas de arte vendidas por milhares de dólares.

A escola já tem uma experiência bem sucedida envolvendo a construção de pufes por meio de garrafas PET. Os alunos chegaram a vender a produção feita por eles mesmos. O dinheiro foi utilizado para a realização da festa de formatura. A proposta agora é converter o lixo descartável trazido pelos próprios em quadros de arte. Em Lixo Extraordinário, Vik Muniz utiliza um retroprojetor para facilitar a composição do quadro. A sombra formada do desenho pelo aparelho ajuda o artista a criar as obras. Ele também contou com a ajuda dos catadores que, além de servirem de modelo, ajudaram na confecção dos quadros. Na Escola Honório Bezerra, será mantida a mesma dinâmica, claro que de forma menos profissional e mais experimental, simples. Não há recurso (verba) destinado para o projeto. Como os trabalhadores do lixão do Rio de Janeiro, os estudantes poderão ser modelos das suas próprias obras ou escolher uma imagem que se identificam para ser retratada.

Depois de prontas, as obras dos alunos serão fotografadas por eles mesmos para a realização de uma exposição na escola com a presença da comunidade. O material descartável será doado a cooperativas de lixo de Fortaleza. A participação dos estudantes e professores envolvidos será registrada em texto e imagem (vídeo e foto) para que seja postada logo em seguida no blog da escola (www.honoriobezerra.blogspot.com) servindo de parâmetro na execução de projetos futuros.
Para que o projeto Lixo que se Transforma em Arte seja realizado, será necessário o envolvimento dos professores das disciplinas Ciências, Arte, Geografia e do Laboratório Escolar de Informática. Cada um exercerá o papel de interlocutor entre aluno e objeto de estudo interligando as diferentes áreas do conhecimento. Os professores de ciências Isaíla Barros e Luis Aquino Nogueira estimularão a curiosidade dos estudantes em relação ao meio ambiente. Farão perguntas para serem pesquisadas no LEI, trarão textos (releases de jornais, revistas, etc.) que falam sore lixões, natureza. A professora de geografia Diana Vieira mostrará vídeos de grandes catástrofes ambientais. Poderá abrir um debate sobre os riscos do aquecimento global e a importância do consumo sustentável. A professora de arte Ana Paula mostrará slides no data show sobre a arte contemporânea, explicando a intervenção dos artistas modernos sobre os objetos do cotidiano utilizáveis. Talvez, surja ai uma pergunta interessante: O que é arte? Como uma peça feita de lixo pode ser considerada arte? Fazer com que os alunos raciocinem sobre essa questão os ajudarão na leitura e interpretação de maneira mais crítica e desafiadora das obras de arte.
É fundamental deixar claro que os alunos serão os artistas e pesquisadores do projeto Lixo que se Transforma em Arte; já os professores, orientadores disponíveis a coordenar e colaborar com a aprendizagem. Os estudantes aprenderão conceitos importantes sobre a preservação da natureza, entrevistarão e conhecerão os catadores de lixo, darão depoimentos sobre os riscos do aquecimento global, ganharão conhecimento através de aulas práticas, atividades e debates indo além das fronteiras da sala de aula. Esse trabalho envolverá várias disciplinas, porque o assunto é vasto e requer conhecimento múltiplo, interdisciplinar.

Objetivo Geral

Melhorar o aprendizado sobre meio ambiente oferecido aos alunos (8º Ano/Ensino Fundamental) da Escola Honório Bezerra com o intuito de promover a consciência ecológica deles e de suas famílias, através da técnica de transformar lixo em obra de arte.

Objetivos Específicos

1. Propiciar conhecimentos básicos sobre a importância de preservar o meio ambiente através da exibição de vídeos e slides sobre aquecimento global e catástrofes ambientais;
2. Despertar o interesse dos alunos pela manutenção dos recursos naturais, tendo como apoio a criação quadros feitos de lixo reciclável;
3. Fortalecer a conscientização dos estudantes de uma escola pública da periferia de Fortaleza sobre a importância do consumo sustentável;
4. Estimular o desenvolvimento do potencial criativo e a descoberta de novas áreas de interesse por parte dos estudantes, ampliando suas oportunidades;
5. Reforçar o conceito de cidadania individual e coletiva;
6. Formar grupos na comunidade escolar interessados em discutir assuntos ligados ao meio ambiente;
7. Estimular a seleção e destinação ambientalmente correta do lixo reciclável doméstico;
8. Divulgar as obras de arte criadas feitas de lixo pelos alunos no blog da escola (www.honoriobezerra.blogspot.com);
9. Propiciar aos alunos informações sobre os problemas causados pela degradação ambiental;
10. Fortalecer a interdisciplinaridade dos professores da Escola Honório Bezerra.


Estratégias/Atividades


O assunto meio ambiente é atual, universal, engloba diversas áreas do conhecimento e causa curiosidade. A maioria da população brasileira se sente incomodada pelo descaso com que o tema vem sendo tratado por políticos e empresários. Conquistar professores e alunos sobre a importância de se preservar o meio ambiente não é tarefa das mais difíceis, já que a questão é de interesse coletivo e está nos noticiários.
A primeira estratégia utilizada para se ter apoio dos envolvidos foi a exibição do documentário Lixo Extraordinário. O filme ensina que é possível fazer algo em prol do social, que não dá mais para ficar de “braços cruzados”, e que a população tem direito de se informar sobre os riscos que o planeta está sofrendo. Fome, tsunamis, terremotos, enchentes, seca são algumas das consequências visíveis causadas e agravadas pelo problema. Um dos deveres da escola é formar cidadãos antenados (formadores de opinião), capazes de questionar e mudar o rumo da política e economia mundial. O documentário mostra de forma realista que é possível fazer a diferença abraçando a causa ecológica através de ações simples e conscientes.
Além do filme, os alunos terão acesso a releases de jornais, artigos de revistas, slides e vídeos que mostram dados reais sobre aquecimento global, consumo inconsequente, acúmulo de lixo nas grandes cidades, desastres ambientais. O objetivo é sensibilizar, potencializar e fornecer informações ao público alvo sobre o assunto.
Catadores de lixo reciclável serão convidados a participar de uma entrevista coletiva onde os alunos serão os entrevistadores e poderão tirar suas dúvidas, minimizar o preconceito que ainda ronda a profissão. No final do trabalho, todo lixo reciclável trazido pelos alunos será doado a associações dos catadores.

Contextualizar o assunto, através de pesquisas, leituras de periódicos on line e exibição de vídeos e slides, ajudará os estudantes a ganharem mais discernimento sobre a questão. Só depois disso, de compreenderem as consequências das ações do homem, poderão realizar a exposição artística com obras feitas por eles mesmos de material reciclado. O evento que reunirá a comunidade escolar mostrará o resultado de toda uma trajetória de estudos e dedicação. As atividades serão registradas em vídeos e postadas no site youtube e no blog da escola.
No final, espera-se que os estudantes tenham adquirido conhecimento sobre arte contemporânea, meio ambiente e consciência social. A parte prática do trabalho ajudá-los-á a conviver em grupo respeitando as diferenças existentes.


Recursos/Tecnologias Utilizadas


Os computadores serão utilizados para pesquisa e postagem do conteúdo estudado. A rádio da escola fará uma campanha publicitária durante o recreio para coleta de material reciclável. Os vídeos sobre meio ambiente e arte contemporânea serão baixados pelo site keepvid e Porta Curta Petrobrás e exibidos pelo Data show acoplado a caixa de som. Para se economizar papel, textos de jornais e revistas serão trazidos pelos professores envolvidos no projeto Lixo que se Transforma em Arte e postados no blog da escola. A máquina de Xerox da secretaria fará copias de desenhos ou fotografias escolhidas pelos alunos para serem projetados pelo retroprojetor no chão do pátio e, posteriormente cobertos com lixo reciclável, facilitando assim a composição da obra de arte. As imagens feitas de lixo serão fotografadas e expostas numa exposição ao ar livre tendo como convidado a comunidade do Bairro Ellery.


Avaliação


Cada professor participante do projeto Lixo que se Transforma em Arte desenvolverá critérios pessoais para avaliar o alunato de forma individual e coletiva, não cabendo ao professor do LEI a intromissão e sim a colaboração em relação aos resultados obtidos. Informações mais detalhadas sobre a forma de avaliação será discutida numa próxima reunião entre os participantes do projeto. Porém, já se sabe que neste trabalho será avaliado se o aluno compreendeu o problema do aquecimento global após a realização das tarefas sugeridas. A avaliação dos trabalhos levará em conta os seguintes critérios:
Participação individual e coletiva dos membros do grupo;
Criatividade;
Organização e apresentação;
Linguagem clara e objetiva.
A avaliação será em função dos objetivos de aprendizagem. Os alunos serão avaliados em grupo levando em consideração todo o trabalho desenvolvido, bem como a participação individual e a integração coletiva. O trabalho terá peso 10,0 e serão avaliados os seguintes itens: criatividade, participação e ideias de conscientização.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

INVISTA EM PROJETOS NA ESCOLA E VERÁ O RESULTADO


Por Eduardo Girão
Dos teóricos que estudaram a pedagogia, John Dewey foi o que mais defendeu a democracia e a liberdade de pensamento como instrumento para a maturação emocional e intelectual dos alunos. Concordo com as ideias do autor, porque sei que a imposição dos objetos de estudo por parte de alguns educadores não funciona com a maioria dos estudantes. A escola ganha quando os alunos são ouvidos, as opiniões esclarecidas, dialogadas e colocadas (se for viável) em pratica.
O diálogo entre professor e aluno deve ter liberdade e clareza de pensamentos. Não deve existir espaço para a vaidade de nenhuma das partes. No final das contas, “o que importa é o crescimento dos jovens fisicamente, emocionalmente e intelectualmente”.
Quem deseja trabalhar com projetos na escola, John Dewey desenvolveu uma relação primordial entre teoria e prática. O teórico acreditava que os alunos aprendem melhor realizando tarefas práticas associadas aos conteúdos curriculares. A verdade é que o interesse dos jovens pelas disciplinas cresce quando o educador envolve atividades extraclasses. A Escola Honório Bezerra tem vários exemplos. Os estudantes devem ser estimulados a participar do aprendizado. Afinal, um dos papeis da escola não seria ensinar o jovem a viver no mundo?
John Dewey demostra de forma simples que o papel do professor é apresentar os conteúdos escolares de forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Concluindo: um projeto pode começar com uma dúvida, questão ou opinião e ganhar interesse de toda uma turma, uma comunidade escolar. Vamos trabalhar mais com a curiosidade dos alunos em sala de aula, instigando a pesquisa para que tenhamos jovens mais conscientes sobre si e a sociedade.

A pesquisadora Elizabeth Bianconcini de Almeida conseguiu definir em poucas palavras o que é um projeto. Para ela, o projeto é um esboço de algo que se deseja atingir. Pode ser interdisciplinar, sobre algo do cotidiano e envolver um número pequeno ou grande de pessoas. O importante é que a pesquisa seja flexível e aberta a negociações.
Essa estratégia faz toda a diferença na hora de colocar em prática um objeto de estudo. Sem conhecer as reais necessidades e interesses dos alunos, muitos educadores tentam impor ideias unilaterais sem abrir espaço à discussão em sala de aula.
Tudo em vão, o projeto torna-se um fracasso. Assim fica difícil ir adiante ou conseguir o apoio dos alunos envolvidos. Os estudantes devem interagir entre si e com o professor e ter desejo para construir o conhecimento em parceria com a comunidade escolar.

Atenção: é importante conhecer o universo dos estudantes na hora de propor um objeto de estudo. Outro ponto que chama a atenção sobre as pesquisas de Elizabeth Bianconcini de Almeida é a forma como um roteiro de um projeto deve ser construído: “sem camisa-de-força”, ou seja, livre de armaduras predefinidas. O professor deve ficar atento e ser um articulador das ideias e interesses dos estudantes, verificar os resultados obtidos e identificar se há motivo de replanejar o projeto c-o-n-s-t-a-n-t-e-m-e-n-t-e, acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, dando a este liberdade para criar, opinar, representar e construir conhecimento apresentando diferentes fontes: internet, livros, fotos, jornais, vídeos, etc.
O mais interessante é que um projeto pode ser desenvolvido a partir de situações do cotidiano. Na maioria das vezes, o estudante chega a resultados impressionantes. E qualquer disciplina pode ser objeto de estudo, inclusive a matemática - levando os alunos a compreender de forma empírica os conceitos teóricos. Os espaços virtuais podem e devem ser utilizados como oportunidade para que outras pessoas interajam com o conteúdo pesquisado.
Gráficos, textos, blogs, imagens, slides, vídeos, escolha agora a forma com que você deseja representar o conhecimento e coloque em prática os ensinamentos.

O bom seria que a maioria dos projetos fosse desenvolvida de forma interdisciplinar. A interdisciplinaridade ajuda o aluno a expandir o aprendizado, levando-o a organizar melhor as ideias, o tempo, o conhecimento etc. O ensino organizado, fragmentado não atinge as exigências deste novo contexto mundial onde o estudante deve saber interpretar acontecimentos interligando diferentes assuntos.
A fase do decoreba acabou - agora vivemos a fase das ações criativas e colaborativas. O estudante deve aprender a relacionar aspectos curriculares com a vida presente, social, escolar. É claro que ainda há muitos projetos sendo desenvolvidos na escola de uma única área do conhecimento. O bom projeto é aquele construído “sem camisa-de-força”, flexível e aberto a negociações.
Com democracia e liberdade, outras disciplinas podem ser agregadas naturalmente ao projeto original. Essa estratégia faz toda a diferença na hora de colocar em prática um projeto escolar. O professor deve conhecer as reais necessidades e interesses dos alunos, sem impor ideias unilaterais, abrindo sempre espaço à discussão em sala de aula.
A tecnologia faz parte do cotidiano desses jovens e não pode ser extirpada do convívio deles. Deve ser entendida pelos educadores para o crescimento de ambas as partes. Para isso, precisa-se estimular os professores a compreender a importância das novas tecnologias no aprendizado e para a interdisciplinaridade.

domingo, 10 de abril de 2011

ECONOMIA AFRICANA


CONTINENTE AFRICANO

A África é um continente com, aproximadamente, 30,27 milhões de quilômetros quadrados de terras. Estas se localizam parte no hemisfério norte e parte no sul. Ao norte é banhado pelo mar Mediterrâneo; ao leste, pelas águas do Oceano Índico; a oeste, pelo Oceano Atlântico; e ao sul, pelo encontro das águas destes dois oceanos.
Segundo antropólogos, pode ser considerado o berço da civilização humana, pois teria sido o primeiro lugar do planeta habitado pelo homem - pesquisas determinam que fosseis de hominídeos foram encontrados há mais de 5 milhões de anos.

INTRODUÇÃO
Na atualidade a África é também um continente de grandes números: segundo mais populoso do planeta, terceiro mais extenso, possui 20% da área de terra do planeta, mais de um bilhão de habitantes divididos em 53 países, no continente mais pobre do mundo, onde se extraem diamantes e ouro ao mesmo tempo em que milhares de pessoas morrem de fome.
Mas a África é muito mais. Há uma imensa diversidade de cultura religiosa, expressões artísticas, festas típicas, centenas de idiomas e dialetos falados entre os povos e as tribos que convivem entre guerras e períodos de paz.
As questões de saúde também são precárias no continente, que tem o maior índice de AIDS do planeta, com mais de um milhão de novos casos ao ano; além da malária, tuberculose e da meningite que atingem principalmente as crianças. Estima-se que somente a AIDS já deixou mais de 12 milhões de meninos e meninas africanas órfãs, enquanto mais de 150 milhões passam fome. A fome, a falta de água, e os altos índices de doenças são agravados pelos conflitos armados ocasionados pela instabilidade política que existe na região. Alguns conflitos armados perduram por décadas sem chegar a um fim, comprometendo ainda mais a situação local.
A África é ainda conhecida mundialmente por suas riquezas naturais, o que atrai turistas do mundo todo, principalmente pela beleza da vida selvagem ali existente, com animais de diferentes espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta.
Assim podemos afirmar que a África é um continente com grandes potenciais humanos e naturais, muitas riquezas para serem exploradas, um meio ambiente preservado, entretanto precisa de auxílio efetivo não só com alimento e remédios para seu povo, mas com soluções para os conflitos que resultem em desenvolvimento para seu povo.


INFORMAÇÕES IMPORTANTES
• A África é o segundo continente mais populoso do mundo (fica atrás somente da Ásia). Possui, aproximadamente, 800 milhões de habitantes.
• É um continente basicamente agrário, pois cerca de 60% da população habitam o meio rural, enquanto somente 37 % moram em cidades.
• No geral, é um continente pobre e subdesenvolvido, apresentando baixos índices de desenvolvimento econômico. A renda per capita, por exemplo, é de, aproximadamente, US$ 800,00. O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas 1% do PIB mundial. Grande parte dos países possui parques industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem se quer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura.
• O principal bloco econômico africano é o SADC (Southern Africa Development Community), formado por 14 países: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
• Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como, por exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os países, pois é feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente da Europa.
• Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco melhor do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia.
• Os principais problemas africanos são: fome, epidemias (a AIDS é a principal) e os conflitos étnicos armados (alguns países vivem em processo de guerra civil).
• Os índices sociais africanos também não são bons. O analfabetismo, por exemplo, é de aproximadamente 40%.
• As religiões mais presentes no continente são: muçulmana (cerca de 40%) e católica romana (15%). Existem também seguidores de diversos cultos africanos.
• As línguas mais faladas no continente são: inglês, francês, árabe, português e as línguas africanas.


CENÁRIO ECONÔMICO AFRICANO
Na África, riqueza não traz um bom IDH
Bons resultados econômicos não garantem a melhoria de condições sociais em países africanos, apontam dados do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) divulgado este ano. Em três nações, Gabão, Guiné Equatorial e Botswana, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita chega a ser comparável ao de países ricos da Europa, mas no ranking que considera taxas de analfabetismo e de expectativa de vida, os países ficam nas últimas posições.
O IDH é uma combinação dos três fatores (renda, educação e longevidade). Na dimensão de renda, que considera apenas o PIB per capita corrigido pelo poder de compra, a Guiné Equatorial tem 0,935 numa escala que vai de 0 a 1. O valor é parecido com o de países como Itália, Espanha e Japão. Outros países como Angola e África do Sul passam por situações semelhantes. Apesar de não terem PIB tão elevado, há grande diferença entre a dimensão que considera a renda e os fatores de educação e longevidade. Os sul-africanos ficam em 76º lugar no ranking do PIB, mas em expectativa de vida ocupa o 173º lugar (50 anos de expectativa de vida). Angola está na posição 107 com relação ao PIB, com taxas de crescimento de 16% ao ano. Ainda assim, sua expectativa de vida é de apenas 42 anos e em educação ocupa a 23ª pior posição.
Parece que o fortalecimento dessas economias não resultou em instituições fortes e que casos de corrupção ainda drenam recursos que seriam fundamentais ao desenvolvimento. Na Angola, por exemplo, só muito recentemente se encerraram conflitos internos e países mais desenvolvidos passaram a investir na região. É verdade que ocorre uma “redescoberta” da África por investidores da Europa e Estados Unidos, mas por mais que esses países tenham altas taxas de crescimento, isso ainda não trouxe estabilidade e as melhorias não chegaram à base da população.


PIB DO CONTINENTE AFRICANO
O PIB total da África é de apenas 1,9% do PIB mundial e o continente participa de apenas 2% das transações comerciais que acontecem no mundo. Quase 50% dos 924,5 milhões de habitantes da África vivem com menos de 1 dólar ao dia, abaixo do nível de pobreza definido pelo Banco Mundial. A África do Sul, que possui sozinha, 1/5 do PIB de toda a África.

Área total em km2: 30.230.000
População: 924,5 milhões
Densidade (habitantes/km2): 30,6
População urbana: 38%
População rural: 62%
Analfabetismo: 40,2%
Natalidade: (% hab): 37,1%
Mortalidade: (% hab): 15,6%
PIB Total: US$ 795,843 milhões
PIB per Capita: US$ 908.00
Países: 53 países independentes
Religiões principais: Muçulmanos (310,5 milhões - 39,6%) e Católicos romanos (117,2 milhões - 14,9%)
Média de idade da população: 18,3 anos
Maiores cidades: Lagos, na Nigéria e Cairo, no Egito
Taxa de crescimento urbano; 4,3%
Principal bloco econômico: Sadc, com 14 países.


PIB DEVERÁ CRESCER 6% EM 2011
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) estima que a economia do Continente Africano cresça entre 6% e 6,5% neste ano, acima das expectativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja previsão se situa nos 5,3% em 2011. Mas avisa que "a recessão vai deixar a sua marca" no continente mais pobre do Mundo. Parte do crescimento se deve a retomada economia mundial e o aumento da procura por commodities.
Em 2009, a média do PIB na África cresceu 2,5%, o que, associado ao crescimento da população, é considerado uma paralisação no crescimento após dois anos de subidas de 6%.
Depois de a crise global ter provocado uma estagnação económica no último ano, a boa notícia é que o continente provou ter capacidade para enfrentar a crise; a má notícia é que, apesar de retomar o crescimento no próximo ano, a queda pode tornar mais difícil para alguns países alcançar o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio de, até 2015, reduzir a metade o número de pessoas em pobreza absoluta.
O presidente do BAD, Donald Kaberuka, referiu ainda que os fundos atribuídos pelo FMI para apoiar o continente durante a recessão económica global têm surgido sob a forma de apoio à balança de pagamentos e não compensou a quebra das receitas dos impostos. "Estes recursos não apoiam o orçamento. Não é dinheiro que possa ser utilizado para as escolas, hospitais e estradas".


EXPORTAÇÃO
Em 2011, os preços do petróleo e das mercadorias não petrolíferas se manterão a níveis satisfatórios. Os volumes das exportações dos países africanos deverão crescer, em média, 5% em 2011. No entanto, se as exportações de mercadorias são um dos grandes motores da recuperação económica do continente, essa recuperação não tem uma base alargada. O investimento apenas recuperará moderadamente e o consumo privado permanecerá fraco em muitos países, pois o emprego, os salários e as remessas só vão melhorar moderadamente, da mesma forma que em diversos países os agregados familiares continuam muito endividados.
Alguns factores especiais dinamizarão a retoma em alguns países. Esse factores incluem novos investimento e/ou novas produções de petróleo e gás, no Chade e no Gana, e de urânio na Namíbia; também o campeonato de mundo de futebol sustentará o crescimento sul-africano.

INFLAÇÃO
A inflação deverá abrandar, de uma média de cerca de 7% em 2011, e a inflação mediana deverá cair ainda mais, de 5.4%, em 2010, para 5.2 em 2011. A maioria dos cinquenta países cobertos por este relatório terá taxas de inflação entre os 2 e os 5%, em 2010/2011. Alguns, como o Egipto, Angola e o Gana, deverão registar uma inflação relativamente alta, entre os 10 e os 15%. A República Democrática do Congo manterá a inflação mais elevada (18% em 2011, já abaixo dos 44% de 2009). Como se espera, para a maioria dos países, que as pressões inflacionárias se mantenham deprimidas, não será necessário que as autoridades monetárias se imponham muito, pelo que as taxas de juro continuarão mais baixas do que no período anterior à crise. De qualquer forma, com o reforço das economias, espera-se dos bancos centrais uma subida gradual das taxas de juro.


DÉFICE ORÇAMENTAL
A recuperação das economias levará ao crescimento das receitas públicas. Isto, juntamente com o phasing out gradual dos programas de estímulos, reduzirá o défice orçamental, de uma média de 3,3% do PIB em 2010 para 1.9% em 2011. Alguns países produtores de petróleo, como a Líbia, a República Democrática do Congo e a Guiné Equatorial, registarão novamente um crescimento do superavit orçamental – entre os 15 e os 25% do PIB; já Angola manterá o défice orçamental, que deverá, porém, diminuir em 2010/2011. Em 2011, dois quintos dos países deverão ter défices de apenas cerca de 3% do PIB, ou menos, ou chegarem ao superavit. Mas, muitos outros países manterão grandes défices orçamentais, pelo que é desejável uma maior consolidação fiscal para prevenir que défices cíclicos se transformem em estruturais, pondo em risco a sustentabilidade fiscal. No Egipto, no Quénia e no Burundi, por exemplo, os défices orçamentais deverão situar-se acima dos 6% do PIB, e no Chade, na Suazilândia e no Lesoto acima dos 10 pontos percentuais. Nestes dois últimos países, a maior causa do défice é o previsível declínio das receitas da União Aduaneira da África Austral.

BALANÇA COMERCIAL
Com a recuperação da economia global, as balanças comercial e corrente de África deverão melhorar de forma gradual – mas as posições externas são muito variáveis no continente. Os países exportadores de petróleo beneficiam da recuperação do preço do crude. Alguns desses exportadores, como a Líbia, a Guiné Equatorial, a Nigéria e o Gabão deverão registar elevados superavites na balança corrente em 2011 – entre 15 e 37% do PIB. Em contraste, para outros países (Seychelles, Tchade, Gâmbia e São Tomé e Principe) espera-se um défice da balança das contas correntes entre 20 e 32% do PIB. Na Libéria, o défice deverá permanecer acima dos 50% of PIB; este gigantesco défice liberiano é geralmente financiado através de investimento directo estrangeiro e ajuda externa.

CRISE DE 2010
A crise económica global foi transmitida a África por diversos canais. Nos bancos africanos, os efeitos diretos da crise que atingiu os centros financeiros mundiais foram relativamente pequenos, dado o baixo grau de integração com os mercados internacionais e as relativamente estritas regulações nos mercados de capitais. O maior canal de transmissão da crise foi o colapso dos preços das mercadorias e a queda nos volumes das exportações. Outro canal de transmissão foi o declínio nas remessas dos emigrantes. Muitos países africanos dependem das remessas e, confrontados com desemprego ou declínios de salários no país de destino, muitos trabalhadores africanos reduziram o valor das transferências para as suas famílias. Um terceiro canal importante foi a quebra no investimento direto estrangeiro. As empresas multinacionais reduziram o investimento, globalmente e também em África, nomeadamente naqueles setores mais afectados pela crise global, como a extração de minério e o turismo.
Do lado positivo, os países doadores mantiveram, de uma forma geral, os seus compromissos de ajuda e os desembolsos, apesar de enfrentarem internamente pressões fiscais substanciais. Para, além disso, o alívio da dívida, no quadro da iniciativa dos Países Pobres Altamente Endividados (HIPC), do FMI e do Banco Mundial, do qual beneficiam 29 países africanos, reduziu os custos do serviço da dívida e ajudou estes países a lidar melhor com a crise. Finalmente, os empréstimos do FMI, do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento aumentaram significativamente.

SITUAÇÃO POLÍTICA
Após a forte pressão internacional sobre a crescente instabilidade, a situação política na África melhorou visivelmente desde 2009. Muitos países registraram um endurecimento em relação a grupos rebeldes. O fato é que muitos governos, perante a intensificação dos ataques terroristas, conseguiram um equilíbrio efetivo entre o endurecimento da sua posição militar e o lançamento/fortalecimento do diálogo com os movimentos contrários.
Os exemplos de uma postura política mais aberta são vários. Em particular, o Níger e o Mali fizeram progressos no seu diálogo com o movimento rebelde Touareg. Na Nigéria, para reduzir os raptos foi aprovada, em 2009, uma nova lei que prevê penas de prisão perpétua para os raptores. No Chade, quase todos os partidos políticos assinaram um acordo que prevê a realização de eleições em 2010. Em conjunto com o acordo de paz assinado com os três principais grupos rebeldes, esta medida contribuiu para reduzir as tensões naquele país. As crises políticas foram também resolvidas com sucesso no Quénia, na Mauritânia, no Zimbabué, entre outros países.
A Argélia e Marrocos foram dois destes casos, pois desmantelaram várias redes terroristas de tráfico de droga e de migração ilegal (nomeadamente contra a Al Qaeda). A Tanzânia adoptou pela primeira vez uma posição mais forte contra os assassinatos rituais que se tinham vindo a intensificar, em particular contra os Albinos.

LIBERDADE DE IMPRENSA
Apesar dos avanços positivos em relação à política, intensificaram-se ataques contra partidos da oposição, as liberdades civis (manifestações, liberdade de imprensa e interdição de debates públicos) e a ordem constitucional. Em termos de liberdade de imprensa, a situação no continente permanece problemática. Apenas sete países são considerados livres pela Freedom House. As medidas contra a livre circulação de informação são generalizadas em vários países, incluindo, os países que sofreram um endurecimento do regime relacionado com crises políticas ou eleições. Em 2009, os Repórteres sem Fronteiras nomearam o Mali como campeão da liberdade de imprensa em África.


MERCADO COMUM DA AFRICA ORIENTAL E AUSTRAL
- 19 Estados membros: Angola, Burundi, Comores, República Democrática do Congo, Djibuti, Eritréia, Etiópia, Quênia, O Reino do Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Seychelles, Somália, Sudão, Suazilândia, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.
- População: 389 milhões
- Importações: 32 bilhão dólares.
- Exportações: 82 bilhão dólares.
- COMESA forma um mercado importante, tanto para comércio interno e externo.

COMESA
O tratado que fundou a COMESA foi assinado em 1993, em Kampala, e foi ratificado em 1994 em Lilongwe (Malaui). Esta organização substituiu a “Área de Comércio Preferencial” que existia desde 1981. Os países membros de COMESA buscam implementar uma zona de livre comércio, tirando as barreiras tarifárias e as tarifas.
A Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo do Mercado Comum da África Oriental e África Austral (COMESA) realizou a sua Cimeira em Nairóbi, Quênia, em Maio de 2007. A Autoridade apelou todos os Estados Membros que ainda não aderiram à Zona de Comércio Livre (FTA) a fazê-lo antes do lançamento da União Aduaneira do COMESA em Dezembro de 2008.
A Cimeira adotou a estrutura da Tarifa Externa Comum do COMESA, que é constituída por quatro escalões: 0 por cento sobre matérias-primas, 0 por cento sobre bens de capital, 10 por cento sobre bens intermédios, e 25 por cento sobre produtos finais.
Com vista ao aprofundamento do desenvolvimento do setor privado na área do COMESA, a Cimeira aprovou a criação da Agência de Investimento Regional (RIA), que dirigirá a promoção do investimento direto estrangeiro (IDE) e internacional, bem como o desenvolvimento de uma estratégia regional de informações empresariais na área do COMESA.
O FTA (Área de Livre Comércio) foi alcançado em 31 de outubro de 2000, quando nove dos Estados-membros ao saber que Djibuti, Quênia, Madagascar, Malaui, Maurícias, Sudão, Zâmbia e Zimbábue eliminaram as tarifas sobre os produtos originários do COMESA, em conformidade com a redução da tarifa aprovado em 1992.
As infraestruturas na região da COMESA. A rede rodoviária COMESA constituída por cerca de 561,000 km de estradas classificadas, das quais 64,000 km são asfaltados. Os principais corredores de transporte são essencialmente centrada em um sentido Leste-Oeste a partir dos portos para o interior, com muito poucas Norte-Sul.

Mercado europeu recua por conflitos no norte da África.
Índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 caiu 0,7%. Mercado retomou queda da semana passada, gerada por violência na Líbia.

As bolsas de valores da Europa fecharam em baixa no dia 01/03/2011, com preocupações sobre os conflitos políticos no Oriente Médio e no norte da África e fazendo alguns investidores realizarem lucros em ações de bancos e companhias de energia.
Dados americanos e chineses favorecem alta nas bolsas asiáticas. O índice das principais ações europeias FTSEurofirst 300 caiu 0,7%, para 1.161 pontos. O mercado retomou a queda da semana passada, que foi gerada pela violência crescente na Líbia, país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
"Até agora, isso tem sido apenas um recuo leve em um rali quase ininterrupto desde a correção que tivemos em maio. A tendência de alta do mercado está intacta, não há sinais vermelhos aqui, então a queda é claramente uma boa oportunidade para comprar", disse Vincent Ganne, analista técnico da IG Markets, em Paris.
O índice STOXX do setor bancário caiu 1,8%, com Société Générale perdendo 3,4% e o HSBC recuando 3%. O índice, que tem superado o mercado geral nos últimos três meses, ainda acumula alta de 9,4% neste ano.
As ações do setor de energia também perderam força apesar da alta do petróleo, com preocupações do investidor sobre os riscos da oferta reduzida aos resultados das companhias. Os futuros do petróleo subiam 1,62%, a 98,62 dólares o barril.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,97%, a 5.935 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,67%, para 7.223 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 perdeu 1,05%, para 4.067 pontos.
Em Milão, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,07%, para 22.227 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 retrocedeu 0,82%, para 10.761 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em queda de 0,09%, para 7.988 pontos.

PERSPECTIVAS FUTURAS
Nesse sentido, torna-se notório que muitas indústrias de exportação da África correm o risco de desaparecer. Assim como as receitas enviadas pelos trabalhadores, o financiamento do comércio e o investimento direto estrangeiro venham a sofrer uma diminuição drástica, colocando seriamente em risco a sustentabilidade da balança de pagamentos.
A fim de reverter esse quadro, os governos devem promover o crescimento doméstico através de um maior investimento e consumo doméstico. Uma solução eficaz consiste em adotar políticas fiscais sustentáveis que aumentem as receitas governamentais e que criem um ambiente atraente para o investimento.
Os representantes dos países africanos comprometeram-se a somar esforços em manutenção da estabilidade e segurança no continente para que a desaceleração do crescimento econômico não leve, no longo prazo, à perda das conquistas sociais obtidas na última década.
É oportuno reiterar que Kofi Annan, ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no lançamento do Relatório Anual do Painel de Progresso da África (APP, sigla em inglês), aconselhou os líderes africanos para que transformem a crise econômica em oportunidades para o continente. Foi enfatizada a ideia de que a África deve fundamentar sua agenda de desenvolvimento em parcerias e no compartilhamento de responsabilidades. De modo que é notório que o continente ainda necessita de investimentos em infraestrutura, energias renováveis, agricultura e comunicação para poder gerar empregos e intensificar o comércio, criando novos mercados. Destaca-se, assim, a necessidade de assistência imediata para manter os fluxos financeiros e a possibilidade de parcerias com países emergentes como Brasil, China e Índia.

FLUXOS FINANCEIROS EXTERNOS
O investimento direto estrangeiro (IDE) pode ser uma importante fonte de crescimento. O IDE aumenta a atividade não apenas das empresas beneficiárias do mesmo, mas o efeito também pode ser transmitido a outras empresas e sectores através do impacto tecnológico e do aumento da concorrência, aumentando assim a produtividade de toda a economia. Muitos governos africanos têm implementado quadros favoráveis ao investimento com vista a atrair mais investimento estrangeiro. No entanto, a maioria do investimento estrangeiro em África vai para as indústrias extrativas, num grupo relativamente limitado de países. Assim, o impacto do desenvolvimento de projetos de IDE é frequentemente limitado. Atrair o investimento em sectores diversificados e de maior valor acrescentado continua a ser um desafio para África. No entanto, as restrições sobre o investimento, bem como as infraestruturas precárias e os mercados fragmentados também afetam negativamente os fluxos de IDE para a África.

POLÍTICAS COMERCIAIS
Nos últimos anos, e antes da crise internacional, o comércio internacional aumentou exponencialmente. Apesar dos países africanos terem beneficiado também deste aumento, a sua participação no comércio internacional tem sido reduzida. As exportações africanas representam apenas cerca de 3% das exportações mundiais. Esta reduzida participação deve-se, em parte, à proteção comercial do exterior em relação à entrada de produtos africanos, mas é igualmente causada por constrangimentos que dificultam o comércio dentro do próprio continente. Tal como foi discutido no capítulo 1, perante a expectativa de recuperação moderada da economia internacional e do comércio mundial, torna-se ainda mais premente fomentar o comércio dos países africanos com as economias do exterior e do interior do continente.

PROGRESSO DOS OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO
Numa altura em que faltam cinco anos para o final do prazo estabelecido para obtenção dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e com progressos lentos na maioria dos objetivos, parece atualmente improvável que estes possam ser atingidos. Os governos africanos devem intensificar os progressos, com o apoio dos doadores internacionais. No entanto, estes governos deverão, igualmente, estar dispostos a realizar uma escolha difícil. Com constrangimentos temporais e recursos humanos e financeiros escassos, terão de escolher entre atingir todos os objetivos na data prevista ou atingir algumas metas que considerem de maior importância para o seu desenvolvimento a longo-prazo.

DESAFIOS PARA OS DECISORES POLÍTICOS AFRICANOS
Para facilitar a análise, podemos agrupar os principais desafios fiscais com que se defrontam os países africanos em três categorias, embora na realidade muitos estejam interligados. Em primeiro lugar, as questões centrais de natureza estrutural e transversal: a dificuldade de tributar a "economia informal" generalizada, a capacidade limitada das administrações fiscais e o apoio limitado dos parceiros do desenvolvimento no que respeita a assuntos fiscais. Em segundo lugar, os problemas com a base tributária dos países africanos: fraude e evasão fiscal, incluindo a utilização abusiva dos preços de transferência, a dificuldade em tributar as indústrias extrativas e a sobre utilização de preferências fiscais. Em terceiro lugar, os desequilíbrios do pacote fiscal, agravados pelos desafios da diminuição das receitas dos impostos comerciais e pela ineficácia dos impostos sobre a propriedade imobiliária.

AFRICA DO SUL
Pela classificação da ONU a África do Sul é um país de renda média, com uma oferta abundante de recursos, com bem desenvolvidos setores financeiro, jurídico, de comunicações, energia e transportes, uma bolsa de valores que está entre as vinte melhores do mundo, e uma moderna infraestrutura de apoio a uma distribuição eficiente das mercadorias a grandes centros urbanos em toda a região. A África do Sul ocupa 32ª posição no mundo em termos de PIB (PPC), de acordo com dados de 2009.
O desenvolvimento avançado está significadamente localizado em torno de quatro áreas: Cidade do Cabo, Port Elizabeth, Durban e Pretória/Johannesburg. Fora destes quatro centros econômicos, o desenvolvimento é marginal e a pobreza ainda é prevalente, apesar dos esforços do governo. Por conseguinte, a grande maioria de sul-africanos é pobre.
África do Sul é o maior produtor e consumidor de energia no continente africano. A África do Sul é um destino turístico popular, e uma quantidade substancial de receita vem do turismo. Entre as principais atrações são a cultura variada e pitoresca, a reservas de caça e os vinhos locais.
A Educação é a segunda melhor do continente africano, perdendo apenas para a Líbia. O ensino é obrigatório para os brancos, mestiços e asiáticos dos sete aos 16 anos e para os negros de sete a 11 anos. Há 12 escolas vocacionais e 23 universidades. Em 1991, com o processo de eliminação do apartheid, as escolas foram autorizadas a receber alunos de todas as raças.
O desemprego é extremamente elevado e a desigualdade de renda é aproximadamente igual à do Brasil. Durante o período de 1995-2003, o número de empregos formais diminuiu e o emprego informal aumentou, o desemprego global se agravou. O rendimento médio domiciliar sul-africano diminuiu consideravelmente entre 1995 e 2000. Quanto à desigualdade racial, o Statistics South Africa informou que, em 1995, o agregado familiar médio branco ganhou quatro vezes mais do que uma família média negra. Em 2000, a família média branca ganhou seis vezes mais do que o agregado familiar médio negro. As políticas de ação afirmativa, chamadas de Black Economic Empowerment, têm estimulado um aumento na riqueza econômica dos negros e o nascimento de uma emergente classe média negra.
A África do Sul sofre com carga relativamente pesada regulação global, comparada aos países desenvolvidos. A propriedade e a interferência estatal impõem barreiras à entrada em muitas áreas. Regulamentações trabalhistas restritivas têm contribuído para o mal-estar do desempregado.


Área: 1.221.037 km2 (25ª maior do mundo).
População: 47,9 milhões (2008 - 25º do mundo)
Densidade: 39,22 hab./km2
População urbana: 56%
População rural: 44%
Crescimento demográfico: 0,45% ao ano.
Expectativa de vida M / F: 49,7 / 48,8 anos.
Analfabetismo: 17,6%
IDH (0-1): 0,683
Moeda: rand.
PIB: US$ 50,1 bilhões
Crescimento do PIB: 1,9% ao ano
Renda per capita: US$ 10,565
Agricultura: milho, cana-de-açúcar, uva, outras frutas (total de terras cultivas: 10% do país).
Pecuária: bovinos, aves, caprinos, ovinos.
Pesca: 513,6 mil t
Mineração: carvão, ouro, minério de ferro, diamante, cromita, cobre, manganês e urânio.
Indústria: química, petroquímica, carvão, alimentícia, equipamentos de transporte, siderúrgica (aço e ferro), máquinas, metalúrgica.
Exportações: US$ 81,47 bilhões - Principais parceiros: Estados Unidos (US$ 9,7 bilhões), Japão, Alemanha, Reino Unido, China, Holanda.

ANGOLAA economia angolana é altamente dependente das receitas petrolíferas, e assim permanecerá. No entanto, pelo terceiro ano consecutivo, os outros setores, que deveriam crescer 10% em 2010, registaram um aumento mais vigoroso que o registado pelo sector do petróleo. Esta é uma tendência encorajadora, tendo em conta as duas prioridades de Angola: o emprego (especialmente dos jovens) e a diversificação económica. O crescimento das atividades não petrolíferas é apoiado pelos esforços com vista à melhoria das infraestruturas e pelo relançamento da actividade económica em todo o país. Luanda continua a ser o centro económico e político, com 70-75% da actividade e do consumo.
A queda acentuada dos preços do petróleo, que começou no final de 2008, causou uma degradação considerável da situação macroeconómica, no primeiro semestre de 2009. Confrontado com o colapso das receitas públicas e um saldo negativo das contas externas, o governo tem vindo a implementar medidas de austeridade de grande escala, para reduzir despesas e controlar o défice orçamental.
Além disso, a política monetária adoptada em resposta à crise, e a persistência em utilizar reservas em moeda estrangeira com vista à estabilização da moeda nacional, o kwanza (AON) em relação ao dólar (USD) provocou uma crise de liquidez sem precedentes no país. A recuperação dos preços do petróleo desde meados de 2009 sugere uma normalização gradual em 2010. No entanto, uma prudente política monetária e fiscal deve ser mantida. A diversificação das fontes de receita continua a ser a base da estabilidade macroeconómica.



RECONSTRUÇÃO DO PAÍS

A reconstrução das infra-estruturas avança a um ritmo impressionante desde o fim da guerra civil em 2002, depois de várias décadas de guerra. No entanto, numerosos projectos são de má qualidade, pois a corrupção e ineficiência na contratação sugam a esmagadora maioria dos recursos. Angola tem de gerir melhor os recursos públicos, se quiser evitar que a crise de liquidez verificada no início de 2009 não se repita.
A revisão da Constituição angolana foi votada e aprovada pela Assembleia Nacional em Janeiro de 2010. A revisão suprime a eleição presidencial (o presidente do país passará a ser designado pelo partido ou coligação que vencer as eleições legislativas) e substitui a figura do primeiro-ministro pela de um vice-presidente, que reportará directamente ao presidente. Esta revisão concentra ainda mais o poder nas mãos do presidente. Havendo hoje a possibilidade de exercer dois mandatos de cinco anos cada, o actual presidente poderá governar o país por mais uma década, caso se decida a concorrer ao lugar.
O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, anunciou uma campanha nacional contra a corrupção, e alguns altos funcionários foram indiciados, mas não está claro se medidas reais serão tomadas com o objectivo de reduzir a corrupção e a opacidade.
A economia angolana continua em grande parte nas mãos de uma pequena elite política que dispõe de uma excelente rede. Reforçar as instituições e melhorar a transparência exige esforços enormes.
Angola deve, antes de mais, procurar gerir de forma mais eficiente as suas riquezas nacionais não-renováveis e criar empregos. Para melhorar essa gestão, que irá consolidar as suas instituições e reduzir a força do “poder” sobre a vida política e económica do país. A sua economia permanece em grande parte impulsionada pelo investimento público, que sofre de nepotismo e de corrupção. A médio prazo, deverá apoiar-se menos no investimento público e mais no setor privado.

EGITO
A população egípcia é estimada em 81 milhões de habitantes (2008), e está quase toda (98%) concentrada no vale e no delta do Rio Nilo (Nahr-an-Nil.
Mohamed Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito, durante o Fórum Econômico Mundial de 2008. Assumiu a presidência do país em 14 de Outubro de 1981, após o assassinato de Anwar Sadat, e, em 2008, estava no seu quinto mandato. Renunciou ao cargo em 11 de fevereiro de 2011, após uma série de atos da população contra seu governo. Mubarak é o chefe do Partido Democrático Nacional, no poder.
Embora o país seja formalmente uma república semipresidencialista multipartidária, na qual o poder executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro, na prática o presidente controla o governo e tem sido eleito como candidato único há mais de cinquenta anos.
O Egito exerce uma grande influência política na África e no Médio Oriente e as suas instituições intelectuais e islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede da Liga Árabe encontra-se no Cairo; tradicionalmente, o secretário-geral da organização é egípcio.
O Egito foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois da assinatura dos acordos de Camp David, em 1978. O ex-vice-primeiro-ministro Boutros Boutros-Ghali foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1991 e 1996.
A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura, media, exportações de petróleo[ e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e na Europa. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.
O PIB do Egito alcançou 107 484 mil milhões de dólares em 2006. Os principais parceiros comerciais do Egipto são os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha. O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".


FUTURO POLÍTICO
Depois de uma longa transição, o Egito deve se transformar em uma democracia com o Exército exercendo enorme influência. Alguns analistas mais céticos não descartam a possibilidade de o país permanecer como uma ditadura, sendo um “Mubakarismo sem Mubarak”, nas palavras escritas em artigo publicado na influente revista Foreign Affairs pelo analista Ellis Goldberg, professor da Universidade de Georgetown e da Universidade Americana do Cairo.
Em Israel e em setores mais conservadores dos Estados Unidos, não está descartada a possibilidade de a Irmandade Muçulmana tentar instalar um Estado Islâmico no Egito. Analistas que conhecem melhor a região afirmam que os defensores desta possibilidade desconhecem completamente o Egito e a organização islâmica.
Segundo a consultoria de risco político Eurasia, que há meses alertava seus clientes de que este seria o último ano de Mubarak no poder, a transição não será fácil. “Mas os dois lados (militares e oposição) devem chegar a um denominador comum em uma atmosfera política mais aberta, eleições presidenciais e parlamentares transparentes e o fim do Estado de emergência. O resultado será uma democracia limitada em que as Forças Armadas manterão um importante papel”, diz o analista Hani Sabra.
Goldberg não discorda de Sabra na questão da influência dos militares. Mas avalia que a democracia será ainda mais limitada porque eles “não querem ver seus interesses econômicos em risco”. “O mais provável é que ocorra um lento golpe e o retorno para o autoritarismo militar de décadas atrás”, afirma.
A consultoria Stratfor, que também antecipava o fim do regime de Mubarak para este ano, segue na mesma linha e afirma que “o Egito retornou para o modelo de 1952 (quando Gamal Abdul Nasser assumiu o poder) de o Estado ser governado através de um conselho de oficiais do Exército. A questão é sobre como os militares dividirão o poder com os civis da oposição”.



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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• http://www.tg3.com.br/africa/historia_africana.htm
• http://aprendiz.uol.com.br/content/tocosluche.mmp
• http://www.portalbrasil.net/africa.htm
• http://www.correiodopatriota.com/index.php?option=com_content&task=view&id=8988&Itemid=228
• http://www.africaneconomicoutlook.org/po/outlook/macroeconomic-situation-and-prospects/african-economies-will-gain-strength/
• http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/de-nova-york-ao-cairo-como-sera-o-egito-pos-mubarak/
• http://www.oje.pt/noticias/economia/africa-devera-crescer-5-em-2010
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Comum_da_%C3%81frica_Oriental_e_Austral
• http://pt.reingex.com/COMESA-Mercado-Comum-da-Africa-Oriental-e-Austral.asp
• http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/03/mercado-europeu-recua-por-conflitos-no-norte-da-africa.html
• http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_SP/Barra_Escolha/ONU_Africa.htm
• http://norteafricano.blogspot.com/2010/06/4.html
• http://www.oecd-ilibrary.org/development/perspectivas-economicas-em-africa-2010_9789264086982-pt
• http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul