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quinta-feira, 21 de abril de 2011

INVISTA EM PROJETOS NA ESCOLA E VERÁ O RESULTADO


Por Eduardo Girão
Dos teóricos que estudaram a pedagogia, John Dewey foi o que mais defendeu a democracia e a liberdade de pensamento como instrumento para a maturação emocional e intelectual dos alunos. Concordo com as ideias do autor, porque sei que a imposição dos objetos de estudo por parte de alguns educadores não funciona com a maioria dos estudantes. A escola ganha quando os alunos são ouvidos, as opiniões esclarecidas, dialogadas e colocadas (se for viável) em pratica.
O diálogo entre professor e aluno deve ter liberdade e clareza de pensamentos. Não deve existir espaço para a vaidade de nenhuma das partes. No final das contas, “o que importa é o crescimento dos jovens fisicamente, emocionalmente e intelectualmente”.
Quem deseja trabalhar com projetos na escola, John Dewey desenvolveu uma relação primordial entre teoria e prática. O teórico acreditava que os alunos aprendem melhor realizando tarefas práticas associadas aos conteúdos curriculares. A verdade é que o interesse dos jovens pelas disciplinas cresce quando o educador envolve atividades extraclasses. A Escola Honório Bezerra tem vários exemplos. Os estudantes devem ser estimulados a participar do aprendizado. Afinal, um dos papeis da escola não seria ensinar o jovem a viver no mundo?
John Dewey demostra de forma simples que o papel do professor é apresentar os conteúdos escolares de forma de questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas ou soluções prontas. Concluindo: um projeto pode começar com uma dúvida, questão ou opinião e ganhar interesse de toda uma turma, uma comunidade escolar. Vamos trabalhar mais com a curiosidade dos alunos em sala de aula, instigando a pesquisa para que tenhamos jovens mais conscientes sobre si e a sociedade.

A pesquisadora Elizabeth Bianconcini de Almeida conseguiu definir em poucas palavras o que é um projeto. Para ela, o projeto é um esboço de algo que se deseja atingir. Pode ser interdisciplinar, sobre algo do cotidiano e envolver um número pequeno ou grande de pessoas. O importante é que a pesquisa seja flexível e aberta a negociações.
Essa estratégia faz toda a diferença na hora de colocar em prática um objeto de estudo. Sem conhecer as reais necessidades e interesses dos alunos, muitos educadores tentam impor ideias unilaterais sem abrir espaço à discussão em sala de aula.
Tudo em vão, o projeto torna-se um fracasso. Assim fica difícil ir adiante ou conseguir o apoio dos alunos envolvidos. Os estudantes devem interagir entre si e com o professor e ter desejo para construir o conhecimento em parceria com a comunidade escolar.

Atenção: é importante conhecer o universo dos estudantes na hora de propor um objeto de estudo. Outro ponto que chama a atenção sobre as pesquisas de Elizabeth Bianconcini de Almeida é a forma como um roteiro de um projeto deve ser construído: “sem camisa-de-força”, ou seja, livre de armaduras predefinidas. O professor deve ficar atento e ser um articulador das ideias e interesses dos estudantes, verificar os resultados obtidos e identificar se há motivo de replanejar o projeto c-o-n-s-t-a-n-t-e-m-e-n-t-e, acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, dando a este liberdade para criar, opinar, representar e construir conhecimento apresentando diferentes fontes: internet, livros, fotos, jornais, vídeos, etc.
O mais interessante é que um projeto pode ser desenvolvido a partir de situações do cotidiano. Na maioria das vezes, o estudante chega a resultados impressionantes. E qualquer disciplina pode ser objeto de estudo, inclusive a matemática - levando os alunos a compreender de forma empírica os conceitos teóricos. Os espaços virtuais podem e devem ser utilizados como oportunidade para que outras pessoas interajam com o conteúdo pesquisado.
Gráficos, textos, blogs, imagens, slides, vídeos, escolha agora a forma com que você deseja representar o conhecimento e coloque em prática os ensinamentos.

O bom seria que a maioria dos projetos fosse desenvolvida de forma interdisciplinar. A interdisciplinaridade ajuda o aluno a expandir o aprendizado, levando-o a organizar melhor as ideias, o tempo, o conhecimento etc. O ensino organizado, fragmentado não atinge as exigências deste novo contexto mundial onde o estudante deve saber interpretar acontecimentos interligando diferentes assuntos.
A fase do decoreba acabou - agora vivemos a fase das ações criativas e colaborativas. O estudante deve aprender a relacionar aspectos curriculares com a vida presente, social, escolar. É claro que ainda há muitos projetos sendo desenvolvidos na escola de uma única área do conhecimento. O bom projeto é aquele construído “sem camisa-de-força”, flexível e aberto a negociações.
Com democracia e liberdade, outras disciplinas podem ser agregadas naturalmente ao projeto original. Essa estratégia faz toda a diferença na hora de colocar em prática um projeto escolar. O professor deve conhecer as reais necessidades e interesses dos alunos, sem impor ideias unilaterais, abrindo sempre espaço à discussão em sala de aula.
A tecnologia faz parte do cotidiano desses jovens e não pode ser extirpada do convívio deles. Deve ser entendida pelos educadores para o crescimento de ambas as partes. Para isso, precisa-se estimular os professores a compreender a importância das novas tecnologias no aprendizado e para a interdisciplinaridade.

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