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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PECADO É NÃO ASSISTIR


Por Eduardo Girão
O filme As Crônicas de Nárnia 3 (A Viagem do Peregrino da Alvorada, USA, 2010) traz elementos da cultura cristã que permeiam a obra do autor C. S. Lewis. Nessa sequência, as questões da tentação como orgulho, ira, vaidade e ganância rodeiam os protagonistas colocando-os em apuros do início ao fim. Se por um lado Emundo (Skandar Keynes) deseja ser rei do mundo mágico; Lúcia (Georgie Henley) quer mesmo é ser tão bela quanto a amiga. Por sorte, o talentoso e premiado diretor Michael Apted (007 – O Mundo Não é o Bastante) soube bem conduzir a aventura, fugindo do catequismo banal. O resultado é uma lição de competência que deveria servir de exemplo para outras produções hollywoodianas do mesmo gênero.
Quem se destacou também foi o jovem ator Will Pouter interpretando o detestável primo mimado Eustáquio - o que desde já o credencia a assumir a continuidade da película. Por meio de um quadro na parede, os três adolescentes vão parar no mar Cáspio ao lado do navio Peregrino da Alvorada. Juntos, enfrentarão feitiços como a névoa verde e temidas criaturas para encontrar as espadas encantadas dos sete Lordes de Telmar. E assim salvar o mundo da condenação. Aviso logo que esse é apenas um dos desafios que os personagens encontrarão no caminho.
Quem pretende assistir ao filme, uma dica: não vale a pena comprar o ingresso para a versão 3D. Não foram utilizadas cenas suficientes com o recurso que justifiquem o preço cobrado. Chega a ser inconsequente o lançamento em três dimensões pelos executivos. Para completar, a qualidade da fotografia fica bem melhor no sistema tradicional. Apesar do sucesso de bilheteria (arrecadando mais de US$ 20 milhões na estreia americana), a nova produção lucrou menos do que as duas primeiras da série. Tai um bom motivo para refletir se vale ou não a pena continuar adaptando a literatura fantástica de Lewis para as telas de cinema.

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