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segunda-feira, 5 de julho de 2010

MUNDO INFINITO; SEM FRONTEIRAS

Por Eduardo Girão
O texto impresso, que conhecemos nos livros, é estruturado sobre uma linha reta e contínua. Já o hipertexto faz ligações de informações por meio de links navegáveis na internet ou não. Concordo com alguns autores quando dizem que ele é uma maneira customizada de ler, escrever e interagir. Para cada leitor, uma maneira pessoal, particular de busca do conhecimento.

O hipertexto deve ser criado para ser intersemiótico, ou seja, relacionado a imagens, sons, cores, palavras e animações. Dá para imaginar as chances de aprendizado ao se utilizar essas diversas mídias num mesmo espaço e contexto. É sem dúvida uma nova forma de ler e escrever.

O que nos livros fica limitado ao papel, o hipertexto potencializa, multiplica, diversifica. Amplia possibilidade de, por exemplo, conhecer um grande banco de dados. Entretanto, tem lá seus questionamentos. Deve-se ter cuidado para não se perder no emaranhado de informações disponíveis nas linhas não-lineares. O leitor corre o risco de se perder nas “mil e uma” possibilidades de leitura. Possibilidades de caminhos e sentidos construídos pelos usuários à medida que optam por determinados links e não por outros.

Se para os mais velhos é complicado utilizar a infinidade de “nós” disponíveis no hipertexto; para os mais jovens, que nasceram com a invenção da internet, navegar um texto com múltiplas informações é como “tomar sorvete”. Eles lêem, se divertem, interagem, vêem vídeos; tudo isso, numa simples pesquisa cotidiana. Agora, é só esperar para que os novos públicos comecem a criar novos usos para o hipertexto.

Na sala de aula - Interessante verificar como o hipertexto pode mudar o desempenho de professores e alunos. O professor passa a ser mais um colaborador (não mais um detentor absoluto do conhecimento). Já o aluno, por sua vez, pode tornar-se muito mais participativo do processo de aprendizado. O bom é quando ambos assumem características de parceria – o que é mais interessante para a educação, em minha opinião. O estudante aprende elaborando os caminhos que pretende trilhar com a leitura ou criação de um hipertexto. Percursos únicos, pessoais, customizados, só para ressaltar.

Ao contrário do caminho tradicional, no hipertexto, o aprendizado acontece por descoberta, algumas acidentais - é claro. A construção do conhecimento é feita a cada novo link aberto, lido, desvendado. Com isso, o aluno se torna mais autônomo (sonho de muitos professores), passando a ser um indivíduo responsável por parte do processo de aprendizado.

É, mas nem tudo é “flores” com o hipertexto na educação. Há os problemas que podem surgir pelo mau uso da ferramenta como, por exemplo, a falta de atenção ao navegar pelos “sedutores links”, entre outros. Muitos alunos, até mesmo professores, também se perdem no ciberespaço. Todo mundo deveria saber que o foco da pesquisa não pode ser deslocado para assuntos diversos. Então, por que os estudantes teimam tanto?

Existem também os professores que se recusam a explorar as novas tecnologias. Preferem renegar a existência dos computadores. Estão tão acostumados com os livros, lousas, gizes que “morrem de medo” de experimentar outras formas de aprendizado. Não sabem eles que os instrumentos mencionados acima também são fruto da tecnologia de ponta.

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