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domingo, 30 de maio de 2010

PROFESSOR, INVISTA NA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Por Eduardo Girão
A escola precisa acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade. Precisa estar preparada e atenta para enfrentar os novos desafios do mundo contemporâneo. Sem informação e conhecimento, dificilmente, a comunidade escolar irá conseguir chegar muito longe. Precisa saber que as tecnologias estão presentes em todos os lugares: tanto nas roupas que vestimos como nos remédios que tomamos. Isso sem mencionar a TV, DVD, rádio, Internet, etc. Não dá mais para fugir - ignorar - essa realidade. Então, por que tanto receio por parte de algumas pessoas em utilizar as tecnologias da informação e comunicação? Tenho uma opinião em desenvolvimento: acredito que seja justamente por falta de conhecimento e de informação. Parece que há um bloqueio (cegueira) que precisa ser discutido.
As novas tecnologias oferecem uma série de vantagens: mais debate na sala de aula, troca de informação entre alunos e professores, aprendizado constante na produção de conhecimentos, transformações na nossa maneira de pensar e de nos relacionarmos com os nossos pares, com os objetos e com o mundo ao redor. E tudo isso não sou eu que estou dizendo, pesquisadores que estudam a fundo o assunto descrevem. E dizem mais: “um dos benefícios que as tecnologias digitais trazem de especial é a ampliação das possibilidades de produzir conhecimento e divulgá-los/compartilhá-lo”. Mas não se trata apenas de ter acesso a informações, e sim de saber buscá-las em diferentes fontes, o que implica novas formas de letramento ou alfabetização (sonora, visual, hipermídia, etc.) próprias da cibercultura.
Em um dos artigos científicos que li, percebi que em vez da transmissão unidirecional de informação, com as novas tecnologias, valoriza-se cada vez mais a interação e a troca de informação entre professor e aluno. No lugar da reprodução passiva de informações já existentes, deseja-se cada vez mais o estímulo à criatividade dos estudantes. Novas situações criadas pelo professor propiciam ao aluno a participação ativa e a aprendizagem significativa, levando-o a uma investigação e a uma problematização para a produção e o desenvolvimento de projetos e para a resolução de problemas.
Mesmo com tantas vantagens, o preconceito parece imperar em algumas escolas públicas. É preciso deixar claro que a prática pedagógica tradicional não será extinta, da mesma forma que não foram extintos os livros, jornais e revistas impressos. A utilização das novas tecnologias em sala de aula não significa o fim dos métodos educacionais conhecidos hoje em dia; ao contrário, significa o aprimoramento (releitura) deles. Então, acredito que não seja necessário mudar as práticas pedagógicas e sim readaptadas a nova realidade. Com as novas mudanças, os jovens estarão muito mais preparados para ingressar no mercado de trabalho, por exemplo.
“As mudanças estruturais que as empresas atravessaram como a redução de níveis hierárquicos, a concentração de funções, o aumento da carga de trabalho e a introdução intensiva de tecnologias modificaram as habilidades que se exigem dos empregados. O problema é que a educação tradicional está se mostrando insuficiente para o tipo de mão de obra que se requer no suposto novo mundo do trabalho: não mais trabalhadores autômatos e repetitivos, mas ambiciosos e multifuncionais”.
A melhor forma de ensinar é aquela que propicia aos alunos o desenvolvimento da capacidade de ler e interpretar o mundo, aprender de forma significativa e com sentido, potencializando o seu desenvolvimento para lidar com as características da sociedade atual, que enfatizam a autonomia do aluno para a busca constante de novas aprendizagens. Para isto, é necessário que o professor aprenda a operacionalizar os recursos tecnológicos disponíveis nas escolas, mas que também aprenda a conhecer as potencialidades pedagógicas envolvidas nas diferentes tecnologias e os modos de integrá-las ao desenvolvimento do currículo.
O desafio atual do sistema educacional é formar os alunos para a cidadania responsável e para que sejam contínuos aprendizes, que tenham autonomia na busca e seleção de informações. Os alunos precisam ser preparados para utilizar os sistemas culturais de representação do pensamento que marcam a sociedade contemporânea. Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso às TIC, mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para a busca e a seleção de informações que permitam a cada pessoa resolver os problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto.
Preocupações e/ou expectativa no que diz respeito ao uso da tecnologia nos processos de ensino e aprendizagem:
Tenho poucas preocupações em relação às novas tecnologias. Acredito que elas são importantes e merecem atenção por parte dos educadores. Não dá para viver no mundo sem conhecer a informática. Os jovens fazem compras usando os computadores, escutam música, baixam filmes, enviam e recebem e-mails, batem papo por horas com seus amigos, namoram no MSN, criam comunidades virtuais, postam vídeos no youtube etc. Como ficar alheio a tudo isso. A escola precisa criar estratégias para se aproximar dos estudantes desenvolvendo o papel de educadora.
Há centenas de projetos interessantes na web disponíveis que podem ser viabilizados que facilitam a aproximação dos educadores com esse novo público (alunos que pertencem à geração W). Tenho muitas expectativas em relação à educação com as TIC e acredito que há muito que aprender. É um mundo formidável e cheio de novidades. Não acredito que os livros não desaparecerão, mas a forma com que eles serão decodificados, isso sim poderá trazer mudanças no comércio e na educação. Todo o aprendizado deve ser refletido, debatido e questionado para que o melhor de tudo isso seja aproveitado.
Obs: A maior parte do texto foi extraído do artigo científico As Sereias do Ensino Eletrônico, de Paulo Blikstein, e reflete minha opinião sobre o assunto.

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