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segunda-feira, 19 de outubro de 2009



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Números Demais, Política de Menos


Cinema


Depois da derrota em 2000, para o atual presidente dos Estados Unidos George W.Bush, Al Gore retorna a mídia de uma forma pouco conhecida pelos eleitores norte americanos. Desta vez, o ex-candidato democrata assume o papel de protagonista em um documentário sobre o aquecimento global e as conseqüências do efeito estufa.


As estatísticas que aparecem durante o filme são alarmantes. As calotas polares estão derretendo, o nível dos oceanos está subindo e o clima vem apresentando mudanças drásticas de comportamento. Tudo isso resulta em mais furacões, enchentes, secas, pragas de insetos e epidemias.


A temperatura do planeta sofrerá um aumento de 6 graus em média até o final do século. A consequência, caos econômico e social. Com esse discurso, “Uma Verdade Inconveniente” (Davis Guggenheim, USA, 2007) consegue alertar a sociedade sobre os problemas ambientais do planeta, mas falha ao expor em excesso gráficos, mapas, simulações, diagramas e experimentos.


A infinidade de informações – inclusive algumas defasadas -, cedidas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), entedia o espectador. Em alguns momentos, o diretor Guggenheim tenta deixar a película menos didática; intercala histórias pessoais vividas por Al Gore na narrativa como a morte da irmã vítima de câncer de pulmão.


O ativista revela que a tragédia fez com que o pai parasse de plantar tabaco na fazenda da família. Ele propõe que sigamos o exemplo aderindo ao ecologicamente correto.


Mas, a mensagem ‘faça você mesmo à diferença’ não agradou a todos os ambientalistas. Para eles, o aquecimento global é um problema político e não somente individual. Restrito, o filme deixa de lado os especialistas para fazer de Al Gore o “dono da verdade”.


O ex-vice-presidente americano é retratado por Guggenheim como o “salvador da terra”. A atuação é digna de um pop star. Em todas as cenas, fica à vontade diante das câmeras. Anda pelo cenário, conversa com a platéia, faz experiências científicas. A figura do líder carismático é mantida do começo ao fim.


Apesar dos efeitos técnicos desnecessários, Uma Verdade Inconveniente faz com que o espectador repense a questão ambiental. Parte do sucesso se deve as imagens agonizantes da Patagônia, Antártida, Amazônia, do Monte Kilimanjaro e dos Alpes.


As cenas impressionam. Não é à toa que o filme se tornou um blockbuster, visto por milhões de espectadores em todo o mundo. Num mesmo ano, arrematou o Orcar de melhor documentário e o protagonista recebeu o Nobel da Paz, junto com a ONU.


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