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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CORUJAS MAL RETRATADAS


Por Eduardo Girão
A superstição popular diz que as corujas adivinham a morte ao piar e esvoaçar. Também são consideradas símbolo da sabedoria, possuem hábitos noturnos e vôo silencioso, alimentando-se principalmente de roedores. Uma descrição correta, porém óbvia demais para retratar aves tão misteriosas e enigmáticas. O filme A Lenda dos Guardiões (Legend of The Guardians, EUA, Austrália, 2010) peca pela preocupação excessiva com a qualidade técnica das imagens, ao invés de focar na emoção das personagens.
Nem é preciso dizer que as animações de hoje não são só “coisa de criança”. Por trás de um enredo aparentemente mais infanto-juvenil, centenas de adultos vão ao cinema se divertir. Mas apesar das belas cenas de luta, A Lenda dos Guardiões é uma decepção para os mais crescidinhos. Cheio de clichês, o desenho animado se arrasta até o desfecho final numa mesmice que há muito tempo não se via nas produções em 3D. Isso sem falar dos problemas estruturais do roteiro e do efeito bullet time, totalmente forçado e sem muito sentido.
Mesmo assim, se não fossem os avançados recursos tecnológicos, dificilmente o diretor Zack Snyder, o mesmo de 300 e Wathman, teria conseguido prender a atenção do público. O roteirista John Orloff também não ajudou muito. Tendo como base a série de livros infantis de Kathryn Lasky, Orloff foi incapaz de desenvolver adequadamente a narrativa da trama, confundindo os espectadores com uma história mal contada.
Soren é uma jovem coruja fascinada pelas lendas épicas repassadas pelo seu pai sobre os Guardiões de Ga'Hoole, um bando mítico de guerreiros alados que lutaram em uma grande batalha para salvar todas as corujas de uma grande ameaça. O enredo é ambientado na Floresta de Tyto, onde as aves vivem em paz até que o reino é ameaçado por um mal terrível. A animação, feita pela Animal Logic (a mesma do filme Happy Feet), foi produzida e distribuída pela Warner Bros.

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