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domingo, 10 de outubro de 2010

AÇÕES QUE GERAM MUDANÇA


Por Eduardo Girão
Comer, Rezar, Amar. O que essas três palavras têm em comum, além do título do último filme protagonizado por Julia Roberts (Eat Pray Love/EUA-2010)? Sem dúvida, uma força arrebatadora capaz de salvar alguém de uma crise existencial. Pelo menos para a escritora Elizabeth Gilbert funcionou. Ela deu a volta por cima depois de enfrentar um turbilhão de derrotas pessoais, principalmente por causa do fim de seu casamento insólito. Do drama, surgiu o livro que virou best-seller. A indústria cinematográfica não perdeu tempo e resolveu readaptar a história para as telas do cinema.
Isso mesmo, doses de ficção e realidade se misturam nessa trama divertida, cheia de dicas para se alcançar a felicidade espiritual e lições para quem quer encontrar um verdadeiro amor. O filme agrada homens e mulheres, não importando a ordem do gênero. Mas os garotos devem prestar atenção, porque o longa-metragem é uma ótima oportunidade para as meninas discutirem a relação. Os casais de namorados são a maioria nas salas de exibição. Por que será?
Depois de decidir se divorciar, Liz Gilbert embarca em uma jornada ao redor do mundo. Primeiro, ela decide ir à Itália. Em Roma, se diverte com os novos amigos saboreando as delícias da culinária local. Muita pizza, lasanha, massas e doces. Água na boca só de relembrar. Fica encantada com a maneira dos italianos de se comunicarem com os gestos. Visita pontos históricos e aprende que há harmonia também no caos.
Depois, voa até a Índia para um momento de reflexão. Lá, ao invés de encontrar paz interior, sente-se incomodada por não conseguir se concentrar. Entre elefantes e gente de diferentes crenças e etnias, ela faz algumas poucas amizades. Apesar do começo envolvente, há uma grande quebra de ritmo, por causa das cenas dispensáveis. A história só volta a ganhar interesse quando Liz chega a Bali. E é exatamente nesse cenário de paradisíacas praias que ela descobre o amor. O escolhido, um brasileiro interpretado pelo ator espanhol Javier Bardem. A partir daí, a personagem descobre o equilíbrio emocional que tanto buscava.
Julia Roberts é a verdadeira estrela do filme. A atriz se entrega a personagem na dose certa. Em um papel difícil, ela mostra mais uma vez porque é uma das mais carismáticas atrizes de sua geração. Julia tem talento de sobra. Em contrapartida, pelo menos para nós brasileiros, o espanhol Javier Bardem não convence como carioca. O ator se esforça, fala algumas palavras em português e esbanja charme. Tudo em vão. O diretor Ryan Murphy mantém uma direção discreta que não compromete o enredo do filme.

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